quarta-feira, 23 de março de 2011

Vitória: Collin fala de salários em atraso para justificar ausência

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SAD do Bonfim garante cumprimento de obrigações.


O defesa Collin afirmou publicamente, num «blogue», que o Vitória havia ultrapassado dois meses de atraso nos salários e que, por tal, se justificava um pedido unilateral de rescisão do contrato. A sociedade desportiva do Bonfim, por seu turno, reagiu ontem de manhã em comunicado e nega objectivamente a acusação do jogador francês, avançando mesmo que encetou já diligências jurídicas no sentido de «assegurar os direitos» desportivos que diz assistirem-lhe.

António Elias

O percurso acidentado de Aurélien Collin no Vitória, que nas duas últimas épocas passou por situações de instabilidade no relacionamento com os dirigentes que acabaram pelos já corriqueiros «pedidos de desculpa», entrou há dias, finalmente, num ponto de ruptura: após o «caso» da pretensão de saída para fora do âmbito da UEFA, fora da «feira de Inverno» e os sucedâneos que levaram ao seu afastamento da equipa por Manuel Fernandes, episódio este que não teria evolução, entrando-se numa situação difusa no plano profissional por parte do defesa, este veio recentemente a deixar de comparecer nos trabalhos regulares no Bonfim e, nas últimas horas, divulgou num «blogue» aquilo que entendeu serem as suas justificações.

Afirmou Collin, genericamente, que o Vitória havia ultrapassado os dois meses de salários em atraso nesta temporada, referindo também situações semelhantes com colegas, e que, por tal, se sentia legalmente autorizado a enviar à SAD o pedido de rescisão unilateral do contrato que liga as partes desde 2009/10 até ao final da presente temporada. Este é o ponto principal da sua argumentação, e Collin avança ainda que quanto à cláusula de opção accionada pelos dirigentes vitorianos, reconhecendo a sua existência, a mesma não terá validade porque carece do seu assentimento no final do compromisso. Dizendo-se «farto de ser gozado», Collin endereçou à SAD a referida carta com o desejo de rescisão no passado dia 10 de Março, juntando à argumentação a «falta de condições psicológicas».

REACÇÃO: A sociedade desportiva do Vitória já reagiu às afirmações, e à atitude de Collin, emitindo um comunicado que foi público ontem de manhã, negando de forma total as pretensões do jogador e começando por referir que foi, em devido tempo, «exercido o direito de opção» por mais uma época, como consta no contrato, «assinado por ambas as partes e já registado na Liga».

A administração do Bonfim prossegue com a declaração de que o atleta se ausentou sem «autorização ou justificação», avançando então para a garantia de que não está em falta nos compromissos assumidos: «O comportamento [de Collin] não pode deixar de gerar grande perplexidade e estranheza, tendo em conta que o VFC/SAD sempre cumpriu todas as obrigações contratuais a que se encontra adstrita, nomeadamente as de natureza salarial, sendo certo que se encontram tempestivamente pagas ao jogador as retribuições vencidas até à presente data [22 de Março]».

Avança ainda SAD que perante este cenário foi apresentada «junto dos organismo competentes a adequada defesa» dos direitos contratuais e desportivos sobre o jogador, declarando-se «total intransigência quanto ao ressarcimento indemnizatório de todos os danos e prejuízos decorrentes do incumprimento contratual».

À margem deste comunicado, Fernando Oliveira, presidente vitoriano, afirmou o salário de Collin, vencido até ao mês passado, estava «em dia», avançando que decorria prazo normal para o pagamento de Março.

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