terça-feira, 19 de abril de 2011

Alimentação: Setubalenses consomem menos produtos básicos

As consequências da crise económica demonstram-se evidentes em Setúbal, na medida em que os sectores da saúde e da alimentação estão a ser afectados – a população sadina está a consumir cada vez menos produtos essenciais.

Os efeitos da crise económica que conduziram Portugal a pedir ajuda ao estrangeiro, já são bastante visíveis em Setúbal. Além das quebras de consumo de produtos supérfluos e do recuo da procura turística pela região, sectores básicos como a alimentação e a saúde estão agora a ser igualmente afectados. Verifica-se, portanto, que os setubalenses têm diminuído não só a frequência com que procuram estabelecimentos de produtos alimentares, como também têm diminuído a quantidade dos produtos que compram.

Em termos de produtos fármacos, a população tende em solicitar frequentemente o produto mais barato e com características iguais ou semelhantes ao original, como os genéricos. Além disso, nota-se uma outra mutação no que diz respeito ao avio de receitas médicas, pois normalmente a lista de medicamentos não é toda levantada. “A maioria das pessoas não avia a receita por completo, sobretudo devido a impossibilidades económicas”, refere a Farmácia Marques. Isto resume-se numa “grande queda de vendas” para a indústria farmacêutica.

A carne e o peixe, produtos da base alimentar humana, estão actualmente menos presentes na alimentação dos setubalenses. Apesar do Talho 38 verificar apenas um ligeiro decréscimo nas vendas, uma peixaria local admite ter de encerrar o estabelecimento nos próximos meses, devido à “drástica queda que não consegue cobrir as despesas fixas”. O estabelecimento diz que o consumidor tende em optar pelos produtos “mais acessíveis”, referindo que “enquanto o ano passado o consumidor levava um peixe inteiro, agora ajusta a porção aos membros familiares”, verifica-se assim uma ponderação na aquisição de bens alimentares e uma maior racionalização.

A indústria pasteleira e de refeições também está a enfrentar dificuldades, uma vez que as vendas são bastante inferiores às do ano anterior. A pastelaria Abrantes admite que desde o início do ano houve uma “redução da frequência e da quantidade das vendas”, tanto a nível de refeições como a nível de doces. Todavia, o sector com um decréscimo mais acentuado demonstra ser a doçaria – “os bolos e miniaturas têm tido menos saída”.

Devido ao crescente aumento do desemprego e da sucessiva taxa de pobreza e diminuição do poder de compra das famílias em todo o território nacional, que atingiu os 11,2% em Janeiro deste ano, o estado do comércio em geral tende em atingir cenários ainda mais preocupantes.

Fonte: O Setubalense / Marta Silva

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