sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Cimenteira Secil despede 56 trabalhadores

Plano de redução de pessoal envolve funcionários das fábricas do Outão, Maceira e de Pataias.

A cimenteira Secil vai despedir 56 trabalhadores, para reduzir custos, de acordo com o plano apresentado esta quarta-feira.

A redução de pessoal vai ser feita através do recurso ao despedimento colectivo na empresa de cimentos detida, maioritariamente, pelo grupo Semapa.

O plano envolve funcionários das fábricas do Outão, em Setúbal, de Maceira, em Leiria, e de Pataias, em Alcobaça.

A cimenteira Secil emprega cerca de 700 pessoas.

Sindicato acusa Secil de querer substituir ilegalmente trabalhadores efectivos por precários

Reacção:

Sindicato acusa Secil de querer substituir ilegalmente trabalhadores efectivos por precários

O sindicato dos trabalhadores da Secil acusou esta sexta-feira a empresa de estar a preparar um "embaratecimento" dos custos do trabalho substituindo de forma ilegal trabalhadores efectivos, que pretende dispensar através de um despedimento colectivo, por trabalhadores precários.

"O que saiu do plenário foi uma informação sobre algo que já desconfiávamos: uma pretensa redução dos trabalhadores da Secil e na CMP - 20 da CMP (Cimentos Maceira e Patais) e 36 na Secil -, mas não é por extinção de postos de trabalho. O que está por trás deste despedimento é a substituição de trabalhadores com vínculo efectivo à empresa por outros com vínculo precário. Nós vamos dar combate a isto, porque do que se trata é do embaratecimento dos trabalhadores que vão ficar nos 56 lugares", disse à Lusa a coordenadora da Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (FEVICCOM), Fátima Messias.

De acordo com a sindicalista esta informação não foi confirmada pela empresa, "como seria de esperar", mas os relatos saídos do plenário de trabalhadores da SECIL, que decorreu esta manhã, dão conta de algumas substituições já a decorrer.

"Tivemos o relato por parte dos trabalhadores que foram enviados para casa, para pensar, e depois de lhes ter sido comunicado o despedimento colectivo que, em alguns casos, os postos de trabalho já estão a ser ocupados por trabalhadores precários. Não se trata da extinção de postos de trabalho, mas do embaratecimento dos custos para a empresa", acusou Fátima Messias.

Contactada pela Lusa, a Secil não quis fazer qualquer comentário a estas acusações.

Para a próxima segunda-feira estão agendadas várias reuniões e, de acordo com Fátima Messias, não está afastada a possibilidade de virem a ser convocados protestos ou uma greve.

Na segunda-feira, da parte da manhã, os trabalhadores reúnem com os sindicatos e ao final do dia é a vez de os sindicatos reunirem com a empresa. Entre estas duas reuniões, às 15:00, a comissão de trabalhadores da Secil, os representantes do Ministério da Economia e do Emprego e os representantes da empresa reúnem, no cumprimento do que está previsto na lei, para negociações.

"O objectivo destas reuniões é lutar até ao limite pela manutenção dos postos de trabalho dos empregados que não podem nem querem aceitar a rescisão com a empresa. Iremos defender os trabalhadores até ao limite para não acrescentarmos mais desempregados àqueles que o país já tem", disse Fátima Messias.

Fonte: Renascença/Notícias ao Minuto

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