Mão criminosa esteve na origem de um incêndio que, anteontem à tarde, deflagrou na serra da Arrábida. A quantidade de frentes de incêndio e as condições climatéricas que se faziam sentir fizeram deslocar para o local diversas corporações de bombeiros do distrito, assim como elementos das forças de segurança e técnicos, num total de 65 veículos e 211 pessoas.
Cerca de 42 viaturas e mais de 140 bombeiros, estiveram anteontem no combate a um incêndio que, cerca das 15.29 horas deflagrou junto à Estrada Nacional 10.4, na denominada Estrada da Rasca, na Serra da Arrábida.
Muito embora nenhuma fonte oficial tenha confirmado a origem do incêndio, o facto é que não restam dúvidas de que o mesmo tenha tido mão criminosa, já que na sua chegada ao local os bombeiros depararam-se com algumas frentes activas – independentemente de outras que já haviam sido combatidas por populares -, as quais continuaram a eclodir até ao número de cinco, alastrando rapidamente.
Aliás, logo nos primeiros instantes foi grande a preocupação dos bombeiros, dadas as condições atmosféricas que se faziam sentir, nomeadamente o vento que por vezes soprava forte, o que levou a solicitar para o local a presença de diversos meios, nomeadamente de um helicóptero e de apoio de várias corporações do distrito, entre as quais Palmela, Sesimbra, Amora, Moita, Seixal, Cacilhas, Trafaria, Almada, Barreiro, para além dos Sapadores e Voluntários de Setúbal.
Segundo informação que foi prestada a «O Setubalense» por Dinis de Jesus, responsável pelo Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Setúbal, os bombeiros depararam-se com várias frentes activas, as quais, no entanto, não chegaram a por em perigo quaisquer bens pessoais”, muito embora tenham sido “atingidos alguns barracões, nas traseiras das instalações da Secil, mas que se encontravam devolutos”. A quase imediata intervenção do meio aéreo de combate ao incêndio foi imprescindível na ajuda aos bombeiros que, no espaço de pouco menos de três horas, conseguiram dar o incêndio por dominado, o que aconteceu ás 18.09 horas, segundo Dinis de Jesus.
Ainda segundo as informações prestadas pelo Comandante do CDOS, a partir desse momento o incêndio entrou em fase de rescaldo, o qual se prolongou até ás primeiras horas da madrugada ontem, altura em que se iniciou uma nova fase: a de vigilância activa, com a utilização de diversos meios, nomeadamente guardas florestais das companhias de Almada e Trafaria, num total de 9 veículos e 31 bombeiros que ontem, na hora de fecho desta edição, ainda se encontravam no local. No total, o incêndio consumiu cerca de seis hectares de pinheiros, mato e incultos.
Tal como já referimos, foram diversos os meios que se deslocaram para o local, nomeadamente 12 veículos dos Bombeiros Sapadores de Setúbal, com 45 bombeiros; 10 viaturas dos Bombeiros Voluntários de Setúbal, com 34 homens, sendo os restantes meios de socorro sido constituídos por 65 bombeiros e 20 veículos oriundos de outras corporações do distrito.
No local estiveram ainda diversos militares e agentes de segurança, da GNR (de diversos sectores, nomeadamente do SEPNA), PSP e Polícia Judiciária, para além de técnicos da Câmara Municipal de Setúbal e de Almada, assim como vários comandantes de bombeiros que, do posto de comando, montado no Vale da Rasca, seguiram as coordenadas de Dinis de Jesus, que coordenou esta operação.
Comunicação social impossibilitada de trabalhar
Uma nota negativa ficou deste incêndio registado na Serra da Arrábida, nomeadamente no que respeita aos acessos permitidos (neste caso não permitidos) para o trabalho da comunicação social. Com efeito, foi bastante forte a presença dos meios de segurança que bloquearam todos os acessos à área de incêndio, numa atitude nunca antes vista em situações idênticas e, até mesmo, bastante mais graves. Questionado sobre esta situação, Dinis de Jesus referiu que “futuramente tal não irá acontecer”, uma vez que no incêndio de anteontem, o posto de comando estava situado bastante perto do fogo e “como o mesmo apresentava várias frentes, era necessário garantir formas de segurança para os senhores jornalistas”. A.M.S.
Fonte: O Setubalense
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