Uma identificada lista de 18 devedores pode ser observada na página na Internet da empresa gráfica ‘Armazém de Papéis do Sado’. Em dívidas já vencidas, são cerca de 170 mil euros que “andam na rua”, dinheiros que estão por cobrar há cerca de um ano. O gerente António Pinto evidencia muita preocupação, e fala mesmo do “risco de continuidade” desta antiga empresa.
Os nomes das entidades devedoras e as respectivas dívidas à ‘Armazéns Papéis do Sado’ estão escarrapachados no sítio na Internet daquela empresa de artes gráficas. Ali podem ser observados quem encomendou trabalhos e não pagou, sendo que os prazos de pagamento acordados já expiraram há demasiado tempo.
“Eu levo os dias a contactar os devedores, e as respostas pouco variam: ‘Não temos agora disponibilidade financeira, talvez para a semana…’ Isto motiva uma bola de neve e, com o crescente número de casos, receamos chegar a um ponto extremo que, por falta de fundo de maneio, de falta de liquidez, não podermos encomendar material para satisfazer os nossos clientes.”
O desabafo foi transmitido a «O Setubalense» pelo gerente da empresa de artes gráficas fundada há cerca de meio século por Álvaro Dias e localizada na praça do Quebedo, com 18 trabalhadores. Face a este panorama, aquele responsável não deixa de recear o futuro dos funcionários e da própria empresa. “Isso é evidente, aqui e em qualquer empresa do mundo…” atira.
As câmaras municipais são as principais entidades devedoras. A de Setúbal lidera a lista, com cerca de 53 mil euros de dívida, mas também as autarquias de Palmela, Alcochete, Seixal e Vendas Novas, estão no rol, com prazos de pagamento já expirados há muitos meses, logo não cumpridos.
Os municípios parecem ser de tal forma os “piores pagadores” da ‘Armazém Papéis do Sado’ que “das 23 câmaras com quem já trabalhámos, neste momento apenas trabalhamos com 5, pela sua fidelidade em cumprimento de prazos, porque nós também cumprimos,” revelou-nos António Pinto.
Vários destes casos estão em situação de ‘Factoring’ – actividade que consiste na tomada de créditos a curto prazo por uma instituição financeira que os fornecedores de bens ou serviços constituem sobre os seus clientes.
“Ora, ainda por cima pagamos juros e comissões de taxas por este serviço, e tudo devido à falta de atempado pagamento dos nossos clientes”, acrescenta o queixoso, para quem a “falta de liquidez já se assume como o nosso principal problema.”
“Felizmente, não nos queixamos de falta de clientes, mas sim daqueles (e são vários) que continuam em grande atraso connosco,” resume o gerente desta empresa setubalense de artes gráficas.
INTENÇÃO: António Pinto explica que a intenção de colocar, no sítio na Internet, tal listagem de 18 devedores, “é, por um lado, alertar os próprios da real situação”, mas, por outro, “ajudar, informando os nossos colegas gráficos, se determinados clientes particulares são, ou não, bons pagadores.” É que, tradicionalmente no ramo das artes gráficas, não existe o hábito de cobrar um sinal à cabeça pela impressão de um qualquer trabalho. Isso mesmo nos explicou António Pinto, para quem, também nessa matéria, “a tradição está a mudar.” Face às infelizes experiências, “para qualquer cliente novo, optamos agora por cobrar 50 por cento inicialmente, e o restante com a entrega do trabalho.”
Fonte: O Setubalese
Fonte: O Setubalese
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