Cerca de 30 pessoas correm o risco de ficar no desemprego devido ao encerramento de seis lojas da baixa de Setúbal da empresa Rendas & Rendas, disse hoje à Lusa um trabalhador já notificado do pedido de insolvência.
"Fomos chamados ao advogado da empresa no dia 26 de setembro, em que fomos informados de que a partir do mês passado já não havia capacidade para pagar os salários e que a entidade patronal ia pedir a insolvência", disse à Lusa Rodrigo Ferreira, trabalhador da empresa de venda de vestuário Rendas & Rendas.
"Na mesma altura recebemos uma carta a dizer que, no prazo de 30 dias, a empresa ia apresentar o pedido de insolvência, por falta de liquidez", acrescentou.
Segundo Rodrigo Ferreira, são "cerca de 30 pessoas que correm o risco de ir parar ao desemprego, dado que, além dos 13 trabalhadores das lojas encerradas, há mais alguns funcionários nos escritórios da empresa".
O mesmo trabalhador adiantou que os funcionários já foram informados de que a empresa não tinha meios para proceder ao pagamento dos salários e das indemnizações a que teriam direito antes da insolvência, pelo que decidiram pedir a suspensão dos contratos de trabalho.
Rodrigo Ferreira falava à Lusa após o encerramento, na passada sexta-feira, das lojas de venda de roupas na baixa de Setúbal - Casa das Sedas, Saloon, Grecus e Joysport. Além destas quatro lojas, a empresa tinha já encerrado outras duas, Sportique e Embaixador, há cerca de um mês.
Para a próxima terça-feira, está anunciado o encerramento da loja ?O Ninho', pertencente a outra empresa, Jaime Rendas, mas que tem a mesma gerência.
O encerramento de lojas da baixa de Setúbal não surpreende o presidente da Associação de Comerciantes de Setúbal, Francisco Carriço, que adverte para a situação incomportável que se vive em muitas Pequenas e Médias Empresas de todo o País.
"A tendência de encerramento de lojas é nacional. Nós já tivemos um ritmo de 100 estabelecimentos comercias a fechar por dia e penso que esse número vai ainda aumentar com a sobrecarga fiscal em 2011 e 2012", disse.
"Não houve consciencialização do governo para proteger as micro e pequenas empresas. E, em Setúbal, a Câmara Municipal também não tem ajudado os comerciantes nem arranjou devidamente o espaço envolvente da baixa de Setúbal", acrescentou Francisco Carriço, preocupado com a desertificação progressiva da baixa setubalense.
A Agência Lusa tentou ouvir o gerente das duas empresas, Jaime Rendas e Rendas & Rendas, mas não foi possível estabelecer contacto em tempo oportuno.
Fonte: Destak.PT
Fonte: Destak.PT
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