quarta-feira, 16 de março de 2011

Greve dos Camionistas: Bombas de abastecimento de combustível de Setúbal ainda sem sinal de ruptura

Bombas de abastecimento de combustível de Setúbal ainda sem sinal de ruptura

Até à data de ontem, os principais postos de abastecimento de combustível da cidade continuavam apinhados de automobilistas e não apresentavam ainda sinal de esgotamento, sendo que alguns foram já abastecidos por camiões cisterna depois do inicio da greve dos camionistas, que começou à meia-noite de anteontem.

Os postos de combustível de Setúbal estavam, na manhã de ontem, com uma grande afluência de automobilistas, nalguns casos com o triplo dos clientes habituais, que acorreram a atestar os depósitos das suas viaturas, devido ao receio de escassez, causada pela paralisação dos transportadores de mercadorias.

A corrida às estações de serviço teve início à meia-noite de segunda-feira e já começam a faltar combustíveis nalgumas bombas do país. No entanto, em Setúbal parece que as gasolineiras ainda não esgotaram os seus stocks.

A gasolineira do Jumbo de Setúbal, que por sinal apresenta os preços mais baixos no gasóleo (1.309€ p/ Lt.) e na gasolina 95 (1.439€ p/ Lt.), ainda tinha, por volta das 11 horas da manhã de ontem, todos os combustíveis disponíveis, apesar de, segundo uma funcionária, haver já “pouco combustível” nas reservas. Nas várias bombas, dezenas de pessoas enchiam os depósitos dos seus automóveis, sendo que algumas levavam inclusive alguns bidões para encher.

A BP na Estrada dos Ciprestes também estava apinhada de clientes, “três ou quatro vezes mais que o habitual”, garantiu uma funcionária, que alegou ainda haver combustível em stock, até porque a estação foi abastecida por um camião cisterna na tarde de anteontem. Aqui, o gasóleo estava a ser vendido a 1.349€ por Litro e a gasolina 95 a 1.499€ p/ Lt.

Com filas mais moderadas encontrava-se a Repsol, sita na av. General Daniel de Sousa, onde, no entanto, a afluência também multiplicou para o dobro, de acordo com a funcionária de serviço. A responsável admitiu que a gasolina (1.501€ p/ Lt.) devia entrar em ruptura durante o dia de hoje, tal como o gasóleo (1.336€ p/ Lt.) que devia escassear durante esta manhã. Neste posto de abastecimento, ainda não tinha havido descarga de combustível desde que começou a paralisação.

Ambas as estações de serviço da Galp, em lados opostos da av. Infante D. Henrique, junto à praça de Portugal, também ainda não apresentavam ruptura, apesar da grande afluência de clientes, fora do normal.

“Tem sido uma loucura!”, manifestou uma funcionária, que não parava de atender as várias dezenas de clientes que iam passando pela cabine do posto da Galp Base, que vende o combustível a preços mais baixos. Refira-se que o gasóleo estava a ser comercializado a 1.319€ p/ Lt. e a gasolina 95 a 1.459€ p/ Lt.

No lado da Galp original, a responsável adiantou que “até agora não há falta, mas não sabemos quanto tempo vai aguentar. Depende de como correr o dia de hoje”. Com preços bastante menos apetecíveis [gasóleo a 1.434€ p/ Lt. e gasolina 95 a 1.584€ p/ Lt.], a gasolineira apresenta muito menos automobilistas que a sua vizinha.

Já na localidade das Pontes, a Galp não apresentava esgotamento de combustíveis e estava inclusive a ser abastecida por um camião cisterna no exacto momento em que a nossa equipa chegou ao local, na manhã de ontem. No entanto, apenas meia dúzia de carros estavam a abastecer àquela hora (perto do meio-dia).

No extremo oposto, a BP, sita na EN10, entre Setúbal e Azeitão, também tinha realizado uma descarga de combustível durante a tarde de anteontem, sendo que não apresentava sinais de esgotamento de combustíveis, apesar de também ter tido, desde anteontem, uma maior afluência de viaturas.

NACIONAL A nível nacional, segundo notícia avançada pelo Jornal de Negócios, há já cinquenta bombas de combustível que esgotaram o gasóleo, “com especial incidência na zona da Grande Lisboa”, afirmou fonte da Apetro (Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas). A Apetro tem continuado a distribuir combustível apesar de ter havido “casos isolados de apedrejamento de carros e tanques” e de “algumas ameaças verbais”. A associação garante que vai continuar a abastecer a rede de retalho e os seus clientes directos e apela ao “comportamento cívico dos intervenientes e à acção das autoridades”, para garantir a segurança durante o processo.

Vera Gomes

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