O antigo director do Parque Natural da Arrábida (PNA) Celso Santos garantiu ontem, no Tribunal de Setúbal, que nunca pediu nem aceitou dinheiro do construtor civil Manuel Varela para facilitar o licenciamento de casas ilegais.
Na primeira sessão do julgamento, nove anos depois do início das investigações, também foi ouvido o antigo funcionário Nuno David, que clamou inocência. David também se dedica à pintura, e é acusado de ter facilitado o licenciamento de projectos a construtores e proprietários que compraram os seus quadros. O arguido admitiu que o construtor Manuel Varela lhe comprou quadros, mas afiançou que se tratou de "coincidência pura". Varela, que é acusado de corrupção activa, recusou depor em tribunal.
Celso Santos é acusado ainda de peculato por ter autorizado que o PNA pagasse 2 mil euros pelo arranjo do carro da arquitecta paisagista Carla Russo. O arguido alegou que pagou o conserto porque a funcionária teve um acidente ao serviço do PNA. Estão acusados 15 arguidos (oito por corrupção activa e sete por passiva) e serão ouvidas 130 testemunhas.
Recorde-se que em 2010 o Tribunal de Setúbal já mandara demolir duas casas ilegais na Arrábida, uma das quais propriedade da mulher do secretário de Estado da Justiça, José Magalhães.
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