Os deputados do Bloco de Esquerda (BE), eleitos pelo distrito de Setúbal, prestaram contas da sua actividade no Parlamento, alegando que levaram para o debate parlamentar problemas concretos da população e que sentem que cumpriram os compromissos a que se propuseram no inicio da legislatura, em 2009.
“Tentámos, com a nossa actividade, trazer para o debate parlamentar problemas concertos do distrito de Setúbal”, afirmou a deputada Mariana Aiveca, cabeça-de-lista pelo distrito às próximas eleições legislativas.
Durante a conferência de imprensa, que decorreu na passada terça-feira, a deputada, acompanhada pelo também deputado Jorge Costa, número dois na lista às eleições de 5 de Junho, fez um balanço da actividade parlamentar dos três deputados pelo distrito, apesar da ausência de Fernando Rosas, antigo deputado, cabeça-de-lista em 2009 e actual mandatário da lista do BE.
“Os deputados saem deste mandato com o sentimento de que cumpriram os compromissos a que se propuseram nas legislativas de 2009”, manifestou Mariana Aiveca que apresentou também um resumo das propostas levadas a cabo em defesa do distrito de Setúbal.
O combate ao desemprego e à precariedade constituiu um dos principais temas da actividade dos deputados bloquistas. “Este é um distrito com índice de desemprego enorme, devido ao encerramento de empresas e aos lay-offs indevidos nalgumas delas”, apontou a deputada, alegando que questionaram a Ministra do Trabalho sobre, por exemplo, o facto dos jovens qualificados do distrito “só encontrarem emprego em agências de trabalho temporário”.
Relativamente à agricultura, apresentaram propostas como a da criação do banco de terras agrícolas para arrendamento e discutiram-na com as associações de agricultores do distrito.
No sector da saúde, os deputados debateram-se por um programa nacional de emergência para atribuição de médico de famílias, uma questão que tem particular importância no distrito, onde se estima, de acordo com Mariana Aiveca, que haja 150 mil pessoas sem médico de família. A edificação do hospital do Seixal, que, apesar de já ter verba inscrita no Orçamento de Estado, ainda não começou a ser construído, foi outra das exigências do Bloco, junto do Governo, durante a última legislatura.
Ao nível da educação, exigiram a contratação de um docente para a turma residual de Físico-Quimica na Escola Secundária Sebastião da Gama e a garantia de energia eléctrica na Escola Básica Integrada da Boa Água, na Quinta do Conde. Questionaram também o Ministério da Educação sobre o encerramento de escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico no distrito de Setúbal.
Nas questões ambientais, os deputados denunciaram o negócio de transformação de solos rurais em solos urbanos, “sem serem tributadas essas mais valias”, na Moita. Exigiram também esclarecimentos sobre as lamas oleosas de Sines, que “estão depositadas a céu aberto com todos os malefícios para as populações”; a revisão do Plano de Ordenamento do Parque Natural da Arrábida e a suspensão da co-incineração de resíduos perigosos.
“Consideramos que a situação do distrito nestes últimos dois anos, tem vindo a agravar-se (…) porque os sucessivos PEC e o último orçamento de estado, nos cortes que fez nas verbas inscritas para PIDDAC, resultou num distrito ainda mais desigual”, referiu Mariana Aiveca.
A candidata reforçou o compromisso dos deputados do BE relativamente à colocação do distrito de Setúbal na agenda parlamentar e enviou uma “palavra de esperança e de confiança, de que é possível inverter o curso desta política e destes acontecimentos”.
Durante a campanha às legislativas, o Bloco vai apresentar, “em cada dia, uma proposta concreta para resolução dos problemas das pessoas e como alternativa a esta política financeira que nos tem levado ao abismo”.
“Esperamos continuar a merecer a confiança de todos os que em nós confiaram em 2009 e temos a certeza que o BE sairá desta campanha reforçado”, concluiu a deputada.
Fonte: O Setubalense
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