quarta-feira, 25 de maio de 2011

Insegurança: Residentes da Fonte Nova queixam-se de isolamento

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Moradores e comerciantes do bairro da Fonte Nova queixam-se da falta de segurança e do isolamento a que ficaram sujeitos, depois das obras de beneficiação que levaram ao corte do trânsito em algumas daquelas artérias.

Ana Maria Santos

As queixas partem dos moradores e comerciantes da rua José Carlos Damaia que dizem sentir-se cada dia mais inseguros, devido aos assaltos constantes, à falta de policiamento e à quase inexistente circulação de pessoas por aquela artéria do bairro.

Com efeito, na referida artéria – a exemplo de quase todas as outras deste bairro – residem maioritariamente pessoas idosas, o principal alvo dos assaltantes que, por esticão, têm roubado os fios de ouro das vitimas, tal como aconteceu na passada quinta-feira, a uma senhora de 90 anos, que teve que ser submetida a uma cirurgia ao fémur, devido a uma queda sofrida na sequência do roubo. A juntar a este problema está ainda o facto desta rua ter sido cortada ao trânsito automóvel, o que, dizem, “tem levado ao encerramento de alguns estabelecimentos comerciais que aqui existiam, assim como à quase inexistente passagem de pessoas por esta rua”.

Os moradores e comerciantes com quem falámos, alguns dos quais com estabelecimentos naquele local há mais de 20 anos, queixam-se da “quebra significativa nas vendas, bastante acentuada desde que a rua foi fechada ao trânsito”. Na altura em que as obras de beneficiação daquela área da cidade começaram a decorrer, “disseram-nos que o corte seria provisório, mas o que é um facto é que as obras terminaram, os pilaretes foram colocados e o trânsito não pode circular”. Perante tal facto, algumas das pessoas desta rua solicitaram uma reunião aos serviços camarários, a qual decorreu em Outubro do ano passado, nas instalações da Junta de Freguesia da Anunciada, em que estiveram presentes Eusébio Candeias e o vereador André Martins.

Segundo os queixosos, na referida reunião “expusemos as nossas questões sobre os problemas que surgiram após o corte desta artéria e, na ocasião, foi-nos dito que os serviços iriam analisar o assunto e que posteriormente nos seria dada resposta”. No entanto, garantem, “até agora nem uma única palavra recebemos e a situação está cada vez pior, principalmente depois que começaram a ser frequentes os assaltos por esticão, quase sempre a pessoas de idade”. Tal sentimento de insegurança levou os comerciantes a criarem um sistema de contacto entre si, através de walktokes, para o caso de serem alvo de tentativas de assalto.

Por outro lado, a colocação dos pilaretes merece uma outra opinião desfavorável por parte dos queixosos, nomeadamente no que refere ao acesso dos veículos de emergência. Segundo relataram, há cerca de um mês uma idosa sofreu uma queda na casa onde reside e as viaturas de emergência terão tido grande dificuldade em aceder à habitação, devido à barreira criada pelos pilaretes.



CÂMARA - Perante as queixas apresentadas, contactámos com o vereador André Martins, responsável pela divisão de Trânsito e Mobilidade Urbana, da Câmara Municipal de Setúbal, o qual garantiu que as alterações feitas à circulação automóvel naquele bairro da cidade “estão de acordo com as sugestões feitas pela população, com a qual reunimos diversas vezes no sentido de discutir as propostas de alteração a serem realizadas no terreno”. Relativamente ao caso concreto da rua José Carlos Damaia, o vereador salientou que a colocação dos pilaretes “foi outra das propostas que foram discutidas nas referidas reuniões com a população local, medida essa que foi aprovada”. No entanto, sublinhou, “exactamente por estarem num local que poderá ser utilizado em caso de emergência é que os pilaretes ali colocados são rebatíveis”, ou seja, “cada uma das viaturas de emergência, seja ambulâncias ou carros de bombeiros, possuem uma chave própria para rebater os pilaretes, em caso de necessidade” e, assim sendo, aqueles deixam de ser um obstáculo sempre que um veículo de emergência necessite circular.

André Martins fez ainda questão em lembrar a necessidade em “salvaguardar o interesse público” e referir que a autarquia sempre esteve “sensível aos interesses das populações e, este caso em concreto, é bem demonstrativo de que as alterações feitas no terreno foram alvo de discussão, detalhada, com a população”.

Fonte: O Setubalense

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