terça-feira, 16 de agosto de 2011

No distrito de Setúbal: Cerca de 60 por cento das IPSS em falência técnica

Quase 60 por cento das Instituições de Solidariedade Social do distrito de Setúbal estão em falência técnica, avança o relatório preliminar de um estudo da União Distrital das Instituições de Solidariedade Social (UDIPSS) de Setúbal.

Cerca de 60 por cento das instituições de solidariedade do distrito de Setúbal estão em falência técnica. A conclusão está no relatório preliminar de um estudo da União Distrital das Instituições de Solidariedade Social de Setúbal que assenta em dados apurados junto de 27 instituições, que representam 21,6 por cento das associadas, durante o ano de 2010.

As instituições aumentaram o endividamento bancário em 1,9 milhões de euros e as dívidas aos fornecedores subiram 1,1 milhões de euros.

O presidente da União Distrital de Setúbal alerta para a diminuição de respostas sociais da parte das instituições. “A gravidade da situação merece um debate urgente para se evitarem males piores”, como o fim “de respostas sociais por parte das instituições ou o atraso no pagamento de subsídio de férias e de natal” alerta António Figueiredo.

O responsável nota que quatro instituições do distrito já não vão conseguir pagar subsídios de férias aos seus colaboradores.

Também o número de funcionários caiu quase 13 por cento, implicando a “redução da actividade em valências sociais que se mostram sem sustentabilidade financeira”.

António Figueiredo sustenta que esta amostra permite formar “uma primeira imagem válida da situação das IPSS no exercício de 2010” porque nela “se encontram as maiores instituições”. Ora, “os resultados agora obtidos tenderão a ser mais negativos com a recolha de dados das instituições de média e pequena dimensão”, admite o presidente da direcção.

O representante das instituições de solidariedade social de Setúbal nota a necessidade de “definir com clareza o âmbito de toda a economia social e o papel da economia social solidária”.

O sistema social de subsidiariedade ameaça a sustentabilidade das instituições, nota António Figueiredo, que dá como justificação para a ruptura financeira de 40 por cento das instituições do distrito o peso de factores externos “como o aumento de custos por imposição contratual na área de pessoal e das despesas correntes com água, electricidade e combustíveis”.

“O efeito do aumento do salário mínimo garantido e do tempo de serviço são factores de agravamento que não se compadecem com o método de actualização das comparticipações por parte da Segurança Social”, lê-se ainda no estudo divulgado pela Lusa. De salientar que o relatório final sobre a situação financeira das IPSS do distrito de Setúbal deverá ser divulgado durante o mês de Setembro.

Fonte: O Setubalense

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