terça-feira, 20 de setembro de 2011

Piedade Fernandes, fadista: “Devo muito da minha carreira ao saudoso Carlos César”

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A completar 22 anos de carreira, a fadista, natural do Barreiro, tem dois amores: os fados e o ensino. Piedade Fernandes lembra ter começado no TAS a sua carreira artística. Apesar de muito trabalhar, a popular artista garante “não ser rica.”

“A minha carreira muito deve ao saudoso Carlos César e também ao Manuel Bola que, em 1990, me convidaram para entrar para a companhia, concretamente na revista À Coca”, começou por recordar a «O Setubalense» a artista, então conhecida por “menina bonita” do TAS.

Piedade Fernandes é natural do Barreiro, onde nasceu há 47 anos. “Quando entrei para o TAS, estava no início da carreira como professora (Educação Visual), e fui convidada para cantar naquela revista de grande sucesso, mas mal podia adivinhar que era o princípio de tudo…” lembra, com saudades.

Instada sobre a actualidade da vida do Teatro Animação de Setúbal, Piedade Fernandes revela verificar que “desde a morte de Carlos César, a companhia vem perdendo expressão, infelizmente.”

Sobre as prolongadas obras no Fórum Municipal Luísa Todi, a artista confessa-se optimista de que “desta vez é que será,” ou seja, que esta fase de obras, com términos previsto dentro de 7 meses, “vai finalmente possibilitar a abertura da requalificada sala de espectáculos, que tanta falta faz à cidade.”

A artista confessa que gostaria de gravar um CD, “uma espécie de repositório dos mais emblemáticos temas por mim interpretados ao longo destes 22 anos de carreira”, para logo referir que, actualmente, as editoras não apostam nos artistas e para estes gravarem, “tem de ser à custa do seu investimento pessoal.”

Professora da escola de Aranguês, da disciplina de Educação Visual e Tecnológica, Piedade Fernandes diz trabalhar muito. “De dia dou aulas, e de noite canto”, atira com o seu simpático sorriso. “Mas nem por isso sou rica”, exemplificando continuar a andar no seu Peugeot antigo.

Com a participação no Festival da Canção, em 1993, com o tema ‘Renascer de um Trovador’, revelou-se ao país com cantora de música ligeira. “Também me sinto à-vontade nesse estilo, mas confesso que me sinto mesmo como peixe na água a cantar fado.”

Nos últimos tempos, Piedade Fernandes actuou bastante em Lisboa. Casas típicas do fado como ‘Caldo Verde’, ‘Já Disse’ e ‘Faia’ contaram com as actuações desta fadista setubalense. “Foi uma fase da minha vida, e agora estou mais virada para outro tipo de espaços, com a Casa do Alentejo, hotéis e espectáculos mais pontuais.”

POETISA A artista também se estreia a escrever músicas: “É uma experiência nova e enriquecedora.” Um CD recentemente lançado e intitulado ‘À La Carte’, com voz de João Roque e músicas de Sidónio Pereira, tem todos os poemas assinados por… Piedade Fernandes. Nova experiência repetir-se-á num CD a ser editado no Brasil e em Portugal, pela ‘Ovação’, da cantora Vivian Lima, que interpretará, entre outros, poemas das autoria da professora, cantora, fadista e letrista setubalense.

Fonte: O Setubalense

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