sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Autoeuropa fechou ano “excelente” mas mostra-se cautelosa para 2012: “Será a recessão económica europeia a ditar a nossa produção”

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2011 foi “um dos melhores últimos 10 anos” da VW Autoeuropa. A produção continua a crescer e o volume de vendas atingiu os 2.246 milhões de euros. O director-geral da fábrica prevê que este primeiro trimestre decorra “até um pouco melhor” mas já se mostra mais cauteloso com o avançar dos meses em virtude da recessão económica na Europa.

O ano passado foi “excelente” para a VW Autoeuropa, e este início de 2012 está a superar a produção, com 625 carros diários, comparados com os 550 diários do ano passado, ambos os casos com dois turnos.

O director-geral da fábrica automóvel está muito feliz com os números, e chamou, anteontem, os jornalistas à fábrica para disso dar conta, com dados estatísticos na mão.

“Pelo menos este primeiro trimestre está assegurado em termos de aumento de produção, mas não podemos garantir que esta tendência se prolongue durante todo o ano”, disse, confessando recear os efeitos da recessão de mercados como o espanhol, francês e italiano. “A própria Alemanha também poderá não escapar à recessão, sendo que é o nosso principal cliente,” referiu António de Melo Pires.

“Temos a vantagem de estar a produzir bastante para os mercados da Ásia e Pacífico, o que nos permitirá compensar parte de uma hipotética perca do mercado europeu devido à crise,” salientou, reconhecendo não haver necessidade de “reforço de investimento” na fábrica da Quinta da Marquesa.

Instado sobre o recém assinado acordo laboral, António Pires disse que a fábrica “está mais avançada comparativamente a esse acordo,” frisando que “grande parte das medidas constantes nesse acordo já nós as temos implementadas, desde há anos na nossa fábrica.”

No tocante aos 25 dias de férias, “queremos mantê-los no nosso acordo interno, até que seja necessário alterar”, disse.

Apesar da redução de 28 por cento da factura, graças à eficiência energética, a fábrica reconheceu que a factura de energia à EDP “cresceu cerca de milhão em 2011, devido aos novos preços e à subida do IVA.”

A optimização ao nível de transportes também é uma realidade, com o homem-forte da Autoeuropa a recordar a “montagem de duas linhas de transporte ferroviário”, sendo que é o modelo de transporte mais desejável, mercê da relação custo-rapidez.

O número de colaboradores da VW Autoeuropa também aumentou 12 por cento em 2011, fixando-se agora nos 3.603, sendo que a média etária é de 38,5 anos.

Sobre o propalado quarto modelo a entrar na linha de montagem da fábrica, o setubalense e homem forte da Autoeuropa, para além de dizer não haver “nada em perspectiva”, também defende que tal “não está a ser necessário”, frisando que os modelos em produção apresentam “muito tempo de vida pela frente, e com mercados.”

ASSIDUIDADE: Os colaboradores da Autoeuropa continuam a liderar o ranking das fábricas europeias do grupo VW. A média de faltas por trabalhador é de, apenas, 1,1 dia por ano. Para o director-geral da Autoeuropa, esta constatação muito se deve “à cultura que imprimimos na fábrica, que permite prever e evitar o absentismo,” dando como exemplo a atenção à área da saúde. “Decorrem obras para um novo centro médico, o que evita os trabalhadores a procurarem assistência médica no exterior, mas também temos um laboratório de ergonomia, que previne muitas lesões musculares, e tudo somado faz com que os trabalhadores não precisem de faltar muito ao trabalho.”

Fonte: O Setubalense

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