terça-feira, 1 de maio de 2012

Situação social na região de Setúbal: Em cada mês há mais mil desempregados

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Com uma extensa área de indústria transformadora, construção e reparação naval, cimento, pasta para papel e adubos, construção e obras públicas, a região de Setúbal é das mais afectadas, a nível nacional, pelo número crescente de desempregados. No espaço de um ano, entre Março de 2011 e o último mês, o número de desempregados na região de Lisboa e Vale do Tejo passou de 163.803 para mais de 200 mil, dos quais mais de 51 mil somente no distrito de Setúbal.

No final do mês passado, do total nacional de 661.403 desempregados, mais de duzentos mil (201.070) encontravam-se na região de Setúbal, afectando os dois géneros, muito embora as mulheres (3.695) tenham registado uma quase imperceptível penalização em relação aos homens (3.679).

Com a situação social no distrito a degradar-se, os números são demasiadamente incorrectos para serem tomados como valores reais, uma vez que dos números oficiais não fazem parte os desempregados não inscritos e, nem tão pouco, os desempregados ocupados (os que se encontram em acções de formação ou com vínculos a outro tipo de actividades) que, neste último caso e somente neste distrito, são mais de quatro mil pessoas, segundo os dados disponibilizados pela USS - União de Sindicatos de Setúbal

Aliás, segundo Luís Leitão, dirigente da USS, no distrito o maior número de desempregados, a exemplo do que acontece a nível nacional, situa-se entre os 34 e os 55 anos, o que transforma estes em desempregados de longa duração e com poucas possibilidades de volta a entrar no mercado de trabalho. No entanto, são cada vez mais os jovens com menos de 25 anos a ficar nesta situação registando-se, inscritos, 5.562 em Fevereiro deste ano. Luís Leitão refere que “a juntar ao desemprego acresce a precariedade generalizada” a qual, salientou “se reveste já de contornos muito preocupantes nesta região”, com a maioria dos empregos que se vão criando a serem a prazo e a recibo verde, penalizando sobretudo a faixa etária mais jovem.

Para a USS, a degradação da situação social no distrito “é consequência das políticas levadas a cabo pelo actual Governo” e lembra a situação vivida na década de 80 em que para fazer face aos problemas sociais que se verificaram após o enceramento de grandes empresas como a Setenave, Lisnave e Quimigal foi necessário elaborar um Plano de Intervenção na Península de Setúbal.

Mas, e voltando aos números oficiais, segundo os dados contidos no site do Centro de Emprego de Setúbal - cuja directora, Carla Amante, adiantou a “O Setubalense” não ter “mais nada a adiantar para além do que consta na nossa página na Internet”, em Março deste ano registavam-se, no concelho de Setúbal, 7.374 inscritos naquele Centro, dos quais 7.039 já haviam estado empregados e desses, 5.335 estavam inscritos há menos de um ano.

Relativamente ao grupo etário e ao nível de escolaridade, a maioria dos inscritos tinha entre os 35 e os 54 anos (3.537) e apresentava um nível de escolaridade entre o 3.º ciclo (2.067) e o ensino secundário (2.007). Por outro lado, para um universo de cerca de 900 inscritos, registavam-se cerca de 35 ofertas de emprego e dessas apenas 13 resultavam em colocações. Os dados disponibilizados revelam ainda que os motivos de inscrição no Centro de Emprego de Setúbal foram causados, em 402 dos casos, por fim de trabalho não permanente, seguindo-se 112 pessoas que haviam sido despedidas. Na sequência dos motivos de inscrição, estão 53 casos de pessoas que se despediram por mútuo acordo e 39 que se despediram das funções que exerciam. Naquele mesmo quadro, e sem que se expliquem as razões, surgindo com o item “outros motivos”, estavam 169 inscritos.

Fonte: O Setubalense

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