Por solicitação da Associação dos Agricultores do Distrito de Setúbal, a Direcção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo deslocou-se ontem à região para constatar a situação “caótica” nas vinhas da região, sobre a qual a associação reclama “um plano de emergência para o combate às agressivas doenças”.
A Associação dos Agricultores do Distrito de Setúbal e a Direcção Regional de Agricultura e Pescas Lisboa e Vale do Tejo efectuaram, ontem à tarde, visitas a várias vinhas dos concelhos de Palmela e Montijo onde fizeram um levantamento dos proprietários afectados pela má produção deste ano.
No terreno, o presidente da Associação constatou que “a situação é pior do que podíamos imaginar!”. De acordo com Joaquim Caçoete, “há explorações cuja produção teve uma quebra de cem por cento”. O responsável refere ainda que 80 por cento das explorações da região ficaram destruídas, sendo impossível fazer sequer uma única vindima.
“É urgente e necessário que se encontrem medidas compensadoras que reponham a capacidade produtiva perdida e que evitem mais falências no sector”, alega, explicando que este é o segundo ano consecutivo de má produção. No ano passado foram “as altas temperaturas fora de tempo, quando a uva ainda não estava madura”, que destruíram a produção, este ano, foi “a chuva, também fora de época” que trouxe “doenças para a vinha, tendo saído fora do controlo dos agricultores”.
Joaquim Caçoete indica que “quem tem dois anos seguidos esta calamidade, tem muita dificuldade em fazer face aos investimentos em produtos para tratamentos futuros das vinhas” e considera que “alguém tem que dar apoio para que estes vinicultores, que não tiram rendimento durante duas épocas seguidas, não caiam no desânimo e não abandonem a produção da uva na nossa região, que obtém dos melhores vinhos do mundo”.
Considerando positiva a deslocação da Direcção Regional de Agricultura e Pescas Lisboa e Vale do Tejo, os agricultores aguardam ainda que seja agendada a reunião, com carácter urgente, já solicitada no passado mês de Julho, à ministra da Agricultura. Nessa reunião, pretende-se “expôr o que se passa na região”, exigindo que seja tomada uma “medida de excepção” para estes agricultores, expressa o responsável.
Fonte: O Setubalense/Vera Gomes
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