Previsivelmente dentro de dois meses estará concluída a designada “estrada de fuga”, que ligará a zona industrial da Mitrena às Praias do Sado, numa extensão de 4 quilómetros. Trata-se de uma antiga e identificada necessidade, obra já iniciada no terreno, mercê de um alargado consenso entre diversas entidades públicas e empresas localizadas naquela zona industrial.
A reivindicação é bastante antiga e o problema está bem identificado nas recomendações, quer no Plano de Emergência externo das empresas abrangidas pela directiva Seveso, quer na Carta de Risco da zona industrial da Mitrena, localizada a nascente da cidade.
Graças a uma conjugação de esforços, que envolve entidades públicas e empresas privadas, já está sendo iniciada uma estrada de fuga da Mitrena, com dois sentidos de trânsito, que liga, a nascente, a nova fábrica de papel da Portucel e, a poente, a estrada que liga Setúbal a Praias do Sado.
A estrada passará paralela à linha de comboio que serve o parque de mercadorias de empresas instaladas na Mitrena, e faz fronteira com a Reserva Natural do Estuário do Sado, cuja entidade deu parecer favorável ao projecto da nova via.
Esta futura estrada será “unicamente utilizada” sempre que a via de acesso da Mitrena (EN 10-4) fique interrompida devido a qualquer sinistro. O coordenador da Protecção Civil Municipal lembrou que a estrada da Mitrena, desde sempre sem outra alternativa, “é muito concorrida por veículos que transportam cargas perigosas, o que coloca sérios riscos e problemas de segurança.”
Inquirido sobre o valor desta obra, José Luís Bucho preferiu não avançar com números definitivos. “O projecto desta obra foi oferecido pelo Parque Industrial da Sapec, muitos dos materiais são oferecidos e basicamente o que vamos pagar será ao pessoal e às máquinas do Regimento de Engenharia do Exército Português”, que executa esta obra, e que, desde há dois anos, no âmbito de um protocolo, tem colaborado com a Câmara em várias iniciativas na área da Protecção Civil Municipal, entidade que assumirá a gestão desta estrada.
A visita ao local da futura estrada de fuga teve lugar na manhã de anteontem e contou com as presenças, para além do coordenador da Protecção Civil Municipal, José Luís Bucho, do vereador da Protecção Civil da Câmara, Carlos Rabaçal, da representante da Junta de Freguesia do Sado, Alda Parrulas, das engenheiras Isabel e Vânia, da Sapec, do comandante da CBSS, Paulo Lamego, de José Balão e Vítor Pereira, da Refer, e de Ludgero Luzia, da CP.
O vereador Carlos Rabaçal recordou que esta era uma antiga necessidade, em nome da segurança pública. “Com a recente aprovação do plano de emergência externa da Mitrena, e consequente debate público, a câmara deu início a esta importante obra, que acontece graças a uma profunda negociação”, enaltecendo as colaborações neste processo por parte da Sapec, Portucel, CP e Refer.
Instado sobre custos finais desta obra, “a inaugurar em finais de Maio, se as condições meteorológicas tal permitir”, o vereador da câmara, realçou que “de entre os nossos parceiros, cada um dá o que tem e pode” para a construção desta via de emergência e o orçamento, “não sendo nada avultado para a câmara, também é o que menos importa face à necessidade da obra.”
Por seu lado, Vítor Pereira sublinhou que a empresa Refer facilitou na cedência do terreno para a construção da futura estrada de fuga, reconhecendo que, num determinado troço, a obra de alargamento “até nos vai resolver um problema provocado pelas chuvadas.”
SADO Presente na visita, a tesoureira da Junta de Freguesia do Sado reconheceu a utilidade da futura via. “Esta obra só peca por tardia, já que as populações muito têm contestado a falta de alternativa à estrada a Mitrena em caso de sinistro,” salientou Alda Parrula, lembrando que “com menor ou maior gravidade, já vários acidentes provocaram o encerramento da estrada da Mitrena, não existindo qualquer meio alternativo de evacuação.”
Teodoro João
A estrada de fuga da Mitrena pode resolver uma situação grave ocorrida na zona fabril. O problema é que a fuga vai para o beco sem saída que é a localidade de Praias do Sado de onde hoje não é nada fácil fugir nem ter acesso a rápido socorro.
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