segunda-feira, 28 de março de 2011

Futebol: Campeonato Distrital da I Divisão, Comércio teve de suar para vencer palmelenses com menos dois

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O Comércio e Indústria não aproveitou as muitas ocasiões de que dispôs no primeiro tempo e depois quase foi surpreendido pela reacção enérgica do Palmelense que reduzido a dez unidades, e logo em seguida a nove, vendeu muito caro o jogo, acabando apenas por ser «vítima» de um erro claro do seu guarda-redes já nos derradeiros momentos da partida.

Jogo disputado ontem pelas 16.00 horas, no Campo da Bela Vista; relvado em boas condições; razoável assistência.

ÁRBITRO: André Duque, do Núcleo de Almada/Seixal, auxiliado por Hugo Conceição e Tiago Brito.

COMÉRCIO: Morbey; Manteigas, Markinho, André Pinto e Madruga; Steve Coelho, Daniel Baião (cap.), Trabuca e João Santos; Pedro Gomes e Rui Faria.

Substituições: Aos 55 minutos, Carrilho rendeu André Pinto por lesão deste e passou Steve Coelho para «central»; aos 71 minutos, Ricardo Oliveira por Pedro Gomes; aos 78 minutos, Jorge Matos por João Santos.

Não utilizados: Cordeiro (g.r.), Baba e Miguel Baião.

Treinador: Álvaro Mendes.

Disciplina: Cartão amarelo mostrado a Steve Coelho.

PALMELENSE: Nilton; Ferreira, Sabido, João Matos (cap.) e Cansado; Pombo; Cortez, Celso e Celestino; Ricardo Antunes e Nuno Viljeon.

Substituições: Após o intervalo, Tiago rendeu Celso; aos 67 minutos, Anderson por Nuno Viljeon; aos 83 minutos, Rosado por Ricardo Antunes.

Não utilizados: Margarido (g.r.), Hugo Ramos, André Martins e Gaby.

Treinador: Carlos Ribeiro.

Disciplina: Cartões amarelos mostrados a João Matos, Pombo, Cortez, Ricardo Antunes, Celestino e Tiago; segundo cartão amarelo exibido a Pombo, aos 45 minutos, e a João Matos, aos 70 minutos.

MARCADORES: 1-0, aos 38 minutos, por RUI FARIA, a finalizar na pequena-área depois de um bom trabalho de Daniel Baião pela esquerda; 1-1, aos 65 minutos, por TIAGO, após um contra-ataque; 2-1, aos 90 minutos por JORGE MATOS, de cabeça, na pequena-área, a beneficiar de um deslize de Nilton.

O jogo previa-se interessante e acabou mesmo por o ser, pelo espírito competitivo que ambas as equipas revelaram e, em muito, pela excelente reacção que o Palmelense conseguiu exibir no segundo tempo, contrariando uma maré que até aí corria totalmente a favor do Comércio e Indústria, quando já estava reduzido a dez unidades e mesmo, a partir dos 70 minutos, com dois jogadores a menos. Reacção que não foi só no plano anímico mas teve muito de táctica e de leitura de jogo pelos atletas.

O começo foi de nota «mais» para os sadinos que, num ápice, criaram uma sucessão de lances de grande perigo, geralmente pelos movimentos do flanco esquerdo, e ainda antes da meia hora já justificavam a vantagem no marcador que só surgiria aos 38 minutos e no seguimento de uma jogada muito bem urdida por Daniel Baião que abriu toda a defesa do adversário para servir Rui Faria no coração da área e este finalizar com uma eficácia que os sadinos não haviam logrado até aí.

Todo o primeiro tempo foi, repetimos, de forte domínio do Comércio que mostrou um futebol rápido e escorreito, muito profundo, a deixar antever que depois do intervalo, e para mais depois da expulsão de Pombo, poderia confirmar com relativa naturalidade o pendor do encontro que lhe corria claramente a favor.

Puro engano! Os palmelense, já com o experiente e sagaz Tiago em campo, por troca com o «médio» Celso, mudou radicalmente de comportamento e adaptou-se muito bem no plano táctico à desvantagem numérica, passando, ao contrário do que era de prever, a mandar no meio campo e, com o auxílio precioso de Tiago, a segurar muito jogo no seu terço ofensivo e, mesmo, a começar a incomodar seriamente a defesa setubalense que, diga-se, também teve de acorrer, por falta de soluções de «banco», à lesão de André Pinto com o recuo de Steve Coelho para «central», aspecto que retirou à intermediária o peso que havia demonstrado até aí.

Com «menos» jogo a partir do meio campo, o Comércio foi perdendo o controlo da partida e acabou por não surpreender que, em bom plano colectivo, o Palmelense acabasse por chegar ao empate, num lance finalizado por Tiago, um homem que contribuiu decisivamente para transfigurar o figurino de jogo da sua equipa.

No seguimento de mais duas substituições ofensivas, e ainda porque aos 70 minutos, os palmelenses ficaram com nove homens em campo por expulsão de João Matos quer se excedeu em protestos, o Comércio e Indústria conseguiria, contudo, reganhar o controlo global da partida e passar, com isso, a aparecer mais frequentemente junto da área de Nilton, construindo três boas situações para marcar, o que só viria a acontecer depois de Nilton, o guarda-redes do Palmelense, que até aí havia estado em excelente plano, ter «facilitado» perante a cabeça de Jorge Matos que empurrou a bola devagarinho para o fundo da rede.

Em síntese, triunfo que acabou por ser merecido pelo Comércio devido ao volume ofensivo que criou e ao bom trabalho da primeira parte mas que deve ter sido muito amargo para o Palmelense que deu sempre tudo por outro resultado.

DESTAQUES E ARBITRAGEM: No Comércio, gostámos de Daniel Baião, na primeira parte, João Santos, Madruga e Markinho, ao passo que Tiago foi claramento o melhor do Palmelense, seguido de perto por Celestino.

O trabalho do jovem árbitro André Duque foi ingrato pelo elevado número de cartões que foi forçado a mostrar, mas valha a verdade que não há muito a dizer quanto à justeza das suas decisões, até porque, diga-se, houve alguns excessos de vários palmelenses no ardor da refrega. O jogo não teve aspectos muito duros mas a acumulação de faltas só podia levar ao resultado que se viu… e João Matos foi expulso por insistir em discutir a decisão do árbitro.

António Elias

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