Um morador na rua Tratado de Tordesilhas, em Monte Belo Sul, queixa-se, desde a inauguração do supermercado Aldi, há já um ano, do transtorno causado pela cobertura metálica do parque de estacionamento da dita superfície comercial. Apesar das diligências do queixoso, junto da direcção do supermercado, da empresa construtora, da autarquia e da divulgação na imprensa local e nacional, o problema persiste.
Pouco tempo após a abertura do supermercado Aldi, em Março de 2010, Pedro C., morador na rua Tratado de Tordesilhas, em Monte Belo Sul, começou a ser afectado pelo clarão luminoso provocado pela cobertura metálica do parque de estacionamento daquele supermercado.
O queixoso explica que a cobertura não tem qualquer pintura, pelo que “entre as 11 horas e as 13 horas, reflecte os raios solares que nela incidem, provocando um enorme efeito ‘flash’ que encandeia de forma imediata todos aqueles que se assomem às suas janelas voltadas para o local onde se encontra o supermercado”.
Após reclamação apresentada, ainda em Março, junto do responsável do supermercado, o morador foi contactado, dois meses depois, por um responsável da Knickmeier Investimentos Imobiliários, Lda., empresa responsável pela construção do supermercado. “Recebi em minha casa dois representantes da empresa que vieram analisar ‘in loco’ o problema provocado pela cobertura metálica do estacionamento”, referiu, alegando que os responsáveis sugeriram duas soluções: “ou a aplicação de películas anti-reflectoras nas janelas de minha casa, solução esta que recusei, pois o problema manter-se-ia quando necessitasse de abrir as janelas e também porque não sou o único a sofrer deste problema”, explicou o morador. Outra solução proposta foi “esperar que, com o tempo, o sol queimasse a cobertura, fazendo com que esta deixasse de reflectir a luz proveniente do mesmo. Solução esta que achei completa e inequivocamente estúpida”, salientou.
Mantendo a sua reclamação, Pedro C. enviou cópia da mesma para a Junta de Freguesia de São Sebastião, que posteriormente a terá remetido para a Câmara Municipal de Setúbal, que respondeu, indicando que “estariam a avaliar o problema, sendo que até hoje continuo à espera de desenvolvimentos”, referiu o queixoso.
Em Setembro do ano passado, o residente foi contactado por um responsável da empresa construtora que o informou que, “da parte da Aldi, não havia vontade para resolver o problema, sendo que empurravam as despesas inerentes à pintura da cobertura para a empresa construtora. A empresa construtora também não queria assumir os custos, pelo que o problema assim se manteria”, indicou.
Com o regresso da Primavera e do tempo solarengo, o morador é obrigado a fechar os estores das janelas de casa “durante mais de duas horas por dia, para não ser de imediato encandeado e cegado pelo clarão gigantesco provocado pela cobertura metálica do parque de estacionamento do supermercado Aldi”, lamenta.
Realçando que se trata de um “problema de saúde pública” para “todos aqueles que moram ao redor deste supermercado”, Pedro C. adianta que “a solução mais fácil e imediata passa pela pintura da superfície da cobertura metálica do estacionamento com uma tinta anti-reflectora”.
Revoltado com a situação, o morador deixa uma questão: “até quando mais terei que viver assim, privado da vista das minhas próprias janelas por causa da irresponsabilidade, quer de uma empresa construtora, quer da direcção de um supermercado?”.
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