segunda-feira, 11 de abril de 2011

Grande Vitória no Bonfim: Vitoria (4) x Leiria (1)


Devem estar satisfeitos os muitos adeptos vitorianos que se deslocaram ontem ao Bonfim porque a sua equipa, além de cumprir o objectivo de ganhar, aliou ao facto uma qualidade exibicional que poucas vezes havíamos visto nesta temporada. Os setubalenses mostraram muita qualidade de jogo nos vários sectores e isso foi aspecto decisivo para um trabalho colorido e alegre que resultou em quatro golos marcados, diga-se que na sequência de trabalhos técnicos excelentes. Foi bom ver um jogo inicialmente cotado como «de nervos» para os sadinos, transformado numa festa.

Mais do que todos os aspectos de ordem táctica, e mesmo que estes sejam sempre determinantes num jogo de futebol, o Vitória teve ontem à tarde, em casa, o dom de transformar uma situação «complicada», uma vez que defrontava uma equipa que, não atravessando uma boa fase, está tranquila na classificação e, logo, solta para jogar com serenidade, numa verdadeira festa do futebol. Os vitorianos deitaram, desde cedo, para trás das costas a natural pressão que adviria do facto de terem de vencer para escaparem ao sufoco das últimas quatro rondas, com Sporting e Porto pelo meio, e arrancaram para um trabalho muito colorido, em tudo a condizer com a magnífica tarde de sol e com o cenário muito bem composto pelo público.

O mote foi dado logo nos primeiros minutos, com o meio campo vitoriano a criar, sucessivamente, lances de envolvimento que levavam a bola à área leiriense em boas condições para a finalização, deixando-se assim notas de uma superioridade global face ao adversário – este, refira-se, actuou sempre de forma franca, encarando o jogo pelo jogo e sem truques. Neca, perfeitamente inspirado nesta partida, a par com Cláudio Pitbull, iam soltando os acordes de uma melodia que, esta época, e até no passado mais recente, foi ouvida por poucas vezes no Bonfim, não cabendo aqui arrefecer o ambiente com a nota de que a União de Leiria está, estará?, a atravessar um «fase negra», como depois diria o seu treinador.

Sinceramente, o que consideramos ser importante salientar foi a nota alta da exibição global dos vitorianos que encararam o encontro com a determinação indispensável para cumprirem o primeiro objectivo, ganhar os três pontos, e depois tiveram a liberdade de espírito para darem umas prendas aos seus adeptos no plano técnico. Houve alegria no jogo e quando assim é tudo se torna mais fácil.

Na primeira parte, ainda com a União de Leiria a mostrar capacidade de resposta ofensiva, os vitorianos, controlando o ambiente geral do jogo, transmitiram sempre a sensação de que dificilmente iriam sair do relvado com outro resultado que não o triunfo, independentemente do número de golos, isto porque ganhavam um naipe largo de vantagens a meio campo e saíam de forma articulada e rápida para a frente, de uma forma continuada, não a espaços. A vantagem de um golo ao intervalo podia ser considerada, até, insatisfatópria mas logo após o intervalo, num ápice, Neca, Ney, Pitbull e William, num bom movimento colectivo, se encarregaram de dar uma expressão mais real ao marcador, com o primeiro jogador a finalizar com muita calma em plena área.

A partir deste momento, e se bem que na fase final Bruno Ribeiro tenha feito, como se compreende, a gestão de esforços que entendeu necessária, o domínio, em todos os aspectos, do Vitória, acentuou-se e o que valeu mesmo foi a festa dos golos, com Pitbull a fazer o gosto ao pé num remate de mestre e José Pedro a fechar a contagem com um tento de estreia na temporada que festejou com uma alegria que traduziu, digamos, o espírito com que ontem os vitorianos estiveram em campo.

ARBITRAGEM: Luís Catita, nas suas avaliações técnicas, teve nota positiva, já que seguiu um critério equilibrado. Já os seus auxiliares cometeram alguns erros de julgamento nas situações de fora de jogo, duas das quais em prejuízo do Vitória e outra, num ataque da União de Leiria, a deixar dúvidas. A.Elias

O Vídeo do 4 Golo do Vitória de Setúbal:


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