segunda-feira, 13 de junho de 2011

Grupo de Resgate e Salvamento tem na Arrábida local privilegiado de formação

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Especializados em resgates de vidas humanas e animais, os 13 elementos que compõem o Grupo de Resgate e Salvamento da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal (CBSS) tem, na serra da Arrábida, um local privilegiado de formação, principalmente na denominada Fenda do Portinho da Arrábida, um “fosso” com cerca de três quilómetros de extensão, conhecido internacionalmente pelas suas características.

Ana Maria Santos

Com uma extensão de cerca de três quilómetros, a Fenda do Portinho da Arrábida, na serra da Arrábida, é um dos locais mais utilizados para as acções de formação que o Grupo de Resgate e Salvamento da CBSS realiza periodicamente.

Na passada semana «O Setubalense» acompanhou uma destas acções – na qual foi testado o novo equipamento de resgate, adquirido através de uma proposta ao abrigo do QREN - e durante a qual nos foi explicado pelo sub-chefe Ulisses Aurélio, responsável pelo referido grupo, que a referida fenda é constituída por sectores diferentes, com designações atribuídas há mais de 20 anos por elementos do referido grupo. Assim, a fenda é constituída pelo sector em que nos encontrávamos, denominado por “pista de obstáculos” e onde se pratica várias actividades, tais como, por exemplo, rappel, slide e escaladas, a que se segue o sector denominado por “giroflégiroflá”, segue-se um outro com a designação de “elcaralho” - nome atribuído devido à forma de uma estalactite existente naquele local -, segue-se o “cú de Judas” e os sectores “piratas” e a “rampa dos crocodilos”. Para além destes sectores, existem alguns outros, “vias destinadas somente a pessoal profissional”.

Ainda segundo Ulisses Aurélio, para todos os sectores de escalada, incluindo a área do Fojo, na área da serra que faz fronteira com Sesimbra, “temos, em todos os pontos, um plano de emergência preparado”, locais onde as acções de formação decorrem regularmente. Segundo aquele responsável o sector mais trabalhoso é o do Fojo, “com arribas de mais de 80 metros de altura”, mas a equipa dos Bombeiros Sapadores “está preparada, multidisciplinar em várias áreas, tanto nestas como em buscas e resgates em espaços confinados, resgates em grutas – de todas as mais complicadas -, em espaços industriais, etc.”.

Muito embora o grupo já tenha resgatado várias pessoas na Arrábida, o caso mais complicado com que se depararam foi na área urbana, mais concretamente num incêndio de um imóvel. Segundo contou Ulisses Aurélio, “cerca de seis pessoas fugiram para o terraço do edifício, os meios de que dispúnhamos não nos permitiam alcançar as vítimas e tivemos que subir ao prédio do lado e, através do terraço, fazer o salvamento”.

O grupo, inscrito no Instituto Nacional de Protecção Civil, tem como área operacional toda a zona de intervenção dos Bombeiros Sapadores de Setúbal podendo, no entanto, prestar apoio, logístico e pessoal, a outras equipas de socorro e Protecção Civil.

Quanto ao novo equipamento, o mesmo vem permitir, segundo Ulisses Aurélio, “avançar cerca de 2 horas de trabalho”, ou seja, “o material antigo tinha que ser todo montado manualmente até se iniciar o resgate da vítima”, o que deixa de ser necessário com o novo equipamento que irá permitir “salvamentos muito mais rápidos”.

Fonte: O Setubalense

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