quinta-feira, 28 de julho de 2011

Setúbal é o terceiro distrito com mais casos de violência doméstica

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O distrito de Setúbal surge, mais uma vez, como o terceiro a nível nacional onde ocorreu o maior número de participações, às forças de segurança, de crimes de violência doméstica. Os dados constam do RASI 2010 e dá conta de que continuam a ser as mulheres as principais vítimas deste tipo de crime.

Ana Maria Santos

No ano passado as forças de segurança (GNR e PSP) do distrito de Setúbal receberam um total de 2.506 participações de crimes de violência doméstica. Os dados, recentemente divulgados, constam do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) 2010 e, no caso concreto de Setúbal, registam um acréscimo de mais 106 caso do que no ano anterior.

Segundo os dados constantes no referido relatório, o maior número de ocorrências foi registado pela GNR (com um acréscimo de 10,4 por cento) enquanto que na PSP se observou um ligeiro decréscimo de 2,7 por cento. Curiosamente, tanto nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores registou-se uma diminuição no número de casos, com 0,3 e 3,3 por cento, respectivamente. Dos dados a nível nacional, Setúbal surge logo depois de Lisboa (7.314 crimes) e Porto (6.355), tendo sido nos distritos de Vila Real e Bragança onde se observaram as taxas mais elevadas de ocorrências, com 30,8 e 26,9 por cento, respectivamente.

As vítimas deste tipo de criminalidade continuam a ser maioritariamente mulheres (29.251 num total, com pessoas de ambos os sexos, de 31.235), com idade superior a 25 anos (82 por cento), muito embora oito por cento das vítimas tivesse menos de 16 anos de idade. Quanto aos agressores, cerca de 88 por cento eram do sexo masculino e em 94 por cento desses mesmos casos, possuíam idade igual ou superior a 25 anos. Ainda em relação aos agressores e ao grau de parentesco (ou relação) que tinham com a vítima, em 63 por cento dos casos a vítima era cônjuge ou companheira; em 15 por cento era ex-cônjuge/ex-companheira; em 12 por cento era filha ou enteada; 7 por cento era pai/mãe ou padrasto/madrasta e em três por cento dos casos correspondiam a outros relacionamentos.

Naquele mesmo relatório é referido que no âmbito de uma parceria estabelecida entre a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, a Direcção Geral da Administração Interna e as forças de segurança, foram realizadas, em 2010, “sete acções de sensibilização no âmbito da violência doméstica”, as quais abrangeram “um total de 392 elementos policiais” de vários distritos, incluindo o de Setúbal. A nível da internet e no portal do Ministério da Administração Interna, a respectiva Direcção geral disponibilizou um sítio sobre este tipo de criminalidade, em parceria com a GNR e a PSP, o qual contém “instrumentos técnico-policiais e informações que visam apoiar a resposta policial nesta área”, nomeadamente a criação de planos de segurança para as vítimas, assim como um guia com os recursos de apoio às mesmas.

Fonte: O Setubalense

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