sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Processo de insolvência em curso no antigo matadouro

foto
Assim, de repente, surgiu um processo de insolvência. Os trabalhadores do antigo matadouro de Setúbal, gerido pela empresa ‘Mundo Grato’, depararam-se com cadeados no portão das instalações, sitas na estrada da Graça, quando ontem se aprestavam para entrar ao serviço. O sindicato e a câmara municipal compareceram no local para apoiar os trabalhadores.

Processo de insolvência anunciado pela empresa “Mundo Grato” que geria o antigo matadouro de Setúbal. O pior dos receios acabou por se confirmar, já ao início da tarde de ontem, quando o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e da Indústria de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (Sintab/Fesaht), foi recebido no gabinete da gerência do antigo matadouro de Setúbal.

“O gerente (italiano) que nos recebeu revelou não ser o responsável pela empresa ‘Mundo Grato’, também com gerência de um sócio seu, italiano, que entretanto está incontactável e fora de Portugal, mas deixou-nos a informação de estar em curso um processo de insolvência, a ser tratado por um advogado contratado pela empresa Mundo Grato”, explicou a «O Setubalense» o sindicalista Rui Matias.

Ainda na tarde de ontem, o sindicalista do SINTAB procurava tratar, conjuntamente com o respectivo departamento jurídico, “o processo de suspensão dos contratos de trabalhos, com vista ao Fundo de Garantia Salarial”, anunciou Rui Matias, que adiantou que, na manhã de hoje (sexta-feira), “vamos voltar a marcar presença na entrada da fábrica.”

Duas dezenas de trabalhadores do antigo matadouro, empresa que deve dois meses de ordenado aos seus trabalhadores - permaneceram, durante o dia de ontem, junto à portaria daquela unidade, na tentativa de lutarem pelos seus direitos, apoiados pelas presenças, quer do sindicato do sector, da câmara municipal, quer ainda pela Autoridade para as Condições de Trabalho.

“Esta empresa continua a ter viabilidade, trabalho não nos falta, mas acaba por estar entregue a estes italianos que, pelos vistos, têm outros interesses na manga,” desabafou, visivelmente revoltado, um dos mais antigos trabalhadores, com 33 anos de casa.

Informada da situação por via do SINTAP, a câmara municipal esteve presente na manhã de ontem, na portaria do antigo matadouro. A vereadora Carla Guerreiro justificou ao nosso jornal que o município tem uma participação, de 1 por cento, na Sociedade Industrial de Carnes da Arrábida (SICA) que deu lugar à sociedade Mundo Grato, em Fevereiro último.

Dizendo-se representante do município nesta empresa, a autarca lembrou uma assembleia-geral, na qual foi proposta a dissolução da SICA, com o nosso voto contra, por entender a câmara “tratar-se de uma empresa que serve o concelho e a região, que é de interesse público e com capacidades para laborar.”

CASO Dina Santos trabalha há 18 anos nesta empresa. Também ela com o “coração nas mãos” pelo futuro, evidenciou-se ontem, junto à portaria do antigo matadouro, e com o estuário do Sado no horizonte, o contrato de trabalho celebrado, em 28 de Fevereiro de 2011 com a empresa ‘Mundo Grato’.

“É como pode ver! Esta empresa (Mundo Grato), gerida por italianos, sucedeu à Sociedade Industrial de Carnes da Arrábida, empresa que introduziu obras de remodelação no matadouro,” referiu Dina Santos, que foi informada deste desfecho, ao final da tarde de anteontem (quarta-feira), através de uma comunicação escrita aos trabalhadores, a qual informa que “a partir desta data ocorre o encerramento total e definitivo da sociedade Mundo Grato Unipessoal.”

ACTIVIDADE O antigo matadouro municipal procede ao abate, e consequente tratamento das carnes, de animais considerados de grande porte, caso dos bovinos, ovinos e suínos. Às instalações sitas na estrada da Graça chegam animais provenientes de explorações do distrito de Setúbal, bem como do Alto Alentejo e da região de Lisboa. Dos 33 antigos trabalhadores, alguns destes encontram-se em situação de baixa médica.

Fonte: O Setubalense

Sem comentários:

Enviar um comentário