sábado, 19 de novembro de 2011

Ajudar o Carlos Martins a marcar o "golo da sua vida"

Ajudar o Carlos Martins a marcar o "golo da sua vida"
Mais de uma centena de pessoas acorreu, esta sexta-feira, à Escola Superior de Ciências Empresariais, do Instituto Politécnico de Setúbal, para participar numa recolha de sangue destinada a identificar possíveis dadores de medula óssea. A doença do filho do internacional português Carlos Martins gerou uma enorme onda solidária.

No pátio junto à cantina da escola, os estudantes iam entrando e saindo do espaço onde colegas e outros voluntários aguardavam vez. "Fixe era ajudar o Carlos a marcar o golo da vida dele", comentavam entre si.

A acção, organizada pela Associação de Estudantes daquela escola, já estava programada, mas foi o mediatismo conferido pelo caso do pequeno Gustavo Martins, que convenceu mais gente a juntar-se à onda solidária.

Pediram dispensa no trabalho, boleia em alguns casos, e sujeitaram-se à longa espera na fila até serem picados para a recolha de sangue. A par dos estudantes do Politécnico, muitos vieram da própria cidade de Setúbal e arredores, com um só objectivo: ajudar o Gustavo ou qualquer outro menino que precise.

"Sempre quis participar em acções destas, mas a verdade é que, se calha, por inércia, fui adiando. Ontem, o apelo via Facebook acabou por me fazer vir", disse ao JN, João Faria, morador em Setúbal, admitindo porém que o facto de se estar a falar de uma figura pública teve um "carácter decisivo".

Carla Baptista, também de Setúbal, soube do problema de saúde do pequeno Gustavo após o jogo de terça-feria entre Portugal e Bósnia. "Fiquei muito impressionada com o depoimento dos pais, até porque também sou mãe. Por isso decidi participar e ficaria muito orgulhosa se encontrássemos aqui um dador compatível com o Gustavo ou outro menino ", disse ao JN".

A vontade de ajudar o próximo era partilhada por todos. Bruno Martins é sportinguista. Terá visto, por isso, com algum desgosto a saída de Carlos Martins do seu clube do coração para o rival Benfica. Mas, como no jogo da vida não há lugar a rivalidades, assume que o seu desejo "era ser compatível com o Gustavo ou outro ser humano qualquer".

Anabela Mendes, a enfermeira de serviço, não tinha mãos a medir. "Os casos de figuras públicas chamam sempre mais gente", conta ao JN, enquanto vai chamando pelo próximo voluntário.

Já passava da hora apontada para o final da acção e ainda havia dezenas de pessoas na fila para a recolha de sangue. Afinal, como era fácil de constatar, a adesão dos setubalenses superou em muito o que estava previsto.

Fonte: Jornal de Notícias

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