quarta-feira, 19 de março de 2014

Setúbal quer nova imagem

Há uma nova estratégia para a região de Setúbal, que passa por apostas no turismo, reindustrialização, actividade portuária, requalificação urbana ribeirinha e mobilidade. Estas foram algumas das conclusões que saíram das conferências Semmais - Estratégias de Desenvolvimento para a Região de Setúbal, uma iniciativa organizada por Raúl Tavares, director do Semmais, no âmbito da comemoração do 15.º aniversário daquele jornal de Setúbal.

A região captou 7% do turismo nacional até agora. E Vítor Costa, presidente da Entidade Regional de Turismo de Lisboa e Vale do Tejo, refere que estes dados indicam que há ainda uma enorme percentagem de recursos por explorar no que toca ao turismo da península.

Se forem transformados em produtos turísticos, estes recursos beneficiam não só a região, como todo o país. O responsável sublinha as oportunidades turísticas que ainda estão por conquistar: “Importa reflectir sobre o papel que a Península de Setúbal tem na estratégia turística regional e nacional. Lisboa é o centro, mas então o que podemos fazer para mudar esta percepção? Há que requalificar as nossas zonas ribeirinhas e apostar mais no sector do turismo. Contudo, há que superar o problema de 'imagem', pois o valor turístico de Setúbal ainda não foi inteiramente percebido”.

Para António Leitão Amaro, secretário de Estado da Administração Local, Setúbal tem uma profunda ligação ao mar e o privilégio de estar localizada entre os dois estuários. “Existem clusters em várias áreas: automóvel, papel, cimento, naval, agrícola, hortícola e, claro, não podemos esquecer a forte componente do turismo ligado ao património local. Portanto há muito a fazer”.

“Se Portugal se encontra numa posição central no mundo, a Península de Setúbal é também uma porta geográfica central para a entrada no país. O que temos de fazer é muito simples: partir do que já temos e acrescentar-lhe valor”, salienta ainda o secretário de Estado.

2013 foi o melhor ano de sempre do Porto de Setúbal

Vítor Caldeirinha, presidente dos Portos de Setúbal e Sesimbra, refere a importância do Porto de Setúbal no desenvolvimento económico da região: “É hoje um activo fundamental da península e já tem um papel muito importante, apesar de nem sempre ser reconhecido como porto natural. Com um reduzido investimento, poderíamos comportar até 2,2 milhões de contentores”.

O responsável adianta também que o Porto de Setúbal assegura a navegabilidade durante todo o ano, com 12 metros de profundidade, isso significa que mais 90% dos navios podem entrar e fazer a ligação às redes rodoviária e ferroviária. A prova disso é que “2013 foi o melhor ano de sempre do Porto de Setúbal, claramente em contraciclo com a economia do país”, diz o responsável. “Somos o grande líder nacional de carga roll on roll off, o que representa emprego e valor efectivo na economia. A nossa visão para o futuro é tornar o porto de excelência e depois incrementar a solução como fonte de exportação nacional”, continua.

André Martins, vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, refere que actualmente se discute o novo programa de fundos 2014/20 e que é o momento de afirmar Setúbal como a capital da margem Norte do Sado. O responsável admite que está na hora de reivindicar mais investimento para a região, “afinal, este é o pólo urbano mais autónomo e mais independente da capital”.

O vice-presidente assegura que Setúbal tem uma importante zona portuária e mão-de-obra altamente qualificada, que é actualmente responsável pelos bons resultados das exportações nacionais. “Temos vários projectos em cima da mesa e há que apostar na implementação dos mesmos: requalificação da instalação ferroviária, uma instalação marina, reabilitação urbana, reabilitação de toda a zona ribeirinha e um centro de ciência para a nossa região”, conclui.

-- Sol

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