quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Sesibal alerta para a perda de qualidade na sardinha de Setúbal

A sardinha pescada na foz do Rio Sado e ao longo do litoral alentejano está a perder a qualidade que faz deste peixe uma iguaria gastronómica do distrito. Ricardo Santos, presidente da Sesibal, Cooperativa de Pesca de Setúbal, Sines e Sesimbra, afirma que este decréscimo na qualidade da sardinha se deve “à poluição dos navios que entram na baía de Setúbal, mas também devido às bacias de retenção da Lagoa de Santo André e às descargas de Sines”.

“Tudo aquilo que polui o habitat da sardinha destrói o plâncton característico da zona que dá à nossa sardinha um sabor distinto”, afirma Ricardo Santos, exemplificando com a “entrada dos navios pela foz do Rio Sado, que destroem o plâncton que provém da serra da Arrábida e que contribui para o enriquecimento da cadeia alimentar”. “Os químicos lançados ao mar aquando da abertura das bacias de retenção da Lagoa de Santo André exterminam o plâncton”, prossegue o presidente da Sesibal que, numa reunião com o Secretário de Estado do Mar, discutiu a “questão das quotas de pesca durante o período de desova da sardinha”.

“Entre os meses de fevereiro e meados de março, a sardinha está num período de procriação”, afirma o presidente da Sesibal, acrescentando ser “este período muito sensível para a sobrevivência da espécie”. “Deve haver uma limitação na pesca de sardinha durante esta altura”, admite Ricardo Santos, revelando Manuel Pinto de Abreu, secretário de Estado do Mar, revelou estar “sensível a esta problemática”.

Ricardo Santos aproveita a reunião com Manuel Pinto de Abreu para criticar o antigo governo socialista que “não mostrava qualquer interesse relativamente à limitação da pesca da sardinha durante o período de desova”. O secretário de Estado do Mar, além de se mostrar “recetivo à resolução do problema em volta da sardinha”, também quer solucionar outras questões “relativas à Docapesca ou à paragem dos pescadores na Costa da Caparica”.

Manuel Pinto de Abreu afirma que “a solução passa por um modelo ainda em construção e que deve ser constituído através do diálogo permanente com todas as partes interessadas”. Ricardo Santos alerta ainda para o “timing imediato do solucionamento dos problemas que o setor piscatório de Setúbal enfrenta”, apesar de o secretário de Estado do Mar estar ciente de “ver desenvolvimentosapenas depois de o modelo entrar no orçamento de estado de 2011”.

Fonte: Setúbal na Rede

Sem comentários:

Enviar um comentário