segunda-feira, 28 de março de 2011

Andebol: Campeonato Nacional da II Divisão (Fase Final), «Via verde» muito facilitou o que já era complicado

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Frente a um adversário de bom nível global os sadinos com uma tarde desastrada em termos do seu bloco defensivo cedo por aí abriram uma autêntica «via verde», base decisiva para a definição e adequada resolução do jogo e do robusto resultado que, só por si, ilustra a frágil tarde defensiva do anfitrião.

Vitória F.C., 34 – A.C. Fafe, 41

Pavilhão Antoine Velge, ontem pelas 16.00 horas; com boa assistência e muito apoio dos vitorianos.

ÁRBITROS: Duarte Santos e Ricardo Fonseca, da A.A da Madeira.

VITÓRIA: Ricardo Martins e Hugo Dinis; João Fuzeta, Artem, Bruno (5), Ivan Dias, Mário Fuzeta (4), Martins, Pedro Carvalho (3), Tomás (1), Costa (1), João Silva (2), Gonçalo Neves (7), Rui Mamede (6) e Rolando Costa (5)

Treinadores: Jorge Fernandez e Konstantin Dolgov

AC FAFE: Pedro Sousa; Armando Pinto (2), Bruno Silva (1), Mota (9), João Costa (4), Luis Nunes (10), João Castilho (5), João Ferreira (10) e Paulo Fernandes.

Treinador: Óscar Freitas.

Marcha do Marcador: 10m, 6-5; 20m, 10-12; 30m, 14-17; 40m, 20-25, 50m, 27-32 e 60m, 34-41.

Em termos sadinos este jogo «durou» até aos 20 minutos, com o resultado equilibrado e em aberto de 10-12. Depois, veja-se a evolução da marcha do marcador, como ela se abriu e se acentuou a clivagem até aos dilatados números finais. E porquê? Fácil de entender para quem viu. Porque um «sete» que de repente se abre defensivamente – e ressalve-se deste descalabro, porque justo, o guarda-redes Ricardo Martins -, pelas pontas ou pelo centro, numa sucessiva e depois sempre continuada incapacidade de pressão e de movimentação coesa do seu bloco defensivo, naturalmente que só pode recolher consecutivos penalizantes e amargos sabores de boca, para pior ainda quando pela frente está um opositor de qualidade e de eficaz aproveitamento da oportunidade criada e, sobretudo, aqui neste jogo a ele muito facilitada. Contexto e ingredientes perfeitos para criar e ampliar os passos rumo ao seu objectivo principal.

Evidente que «isto» foi e em muito o decisivo do jogo: bola na explanação ofensiva minhota, rapidez na execução, e «via verde» para o golo. Fácil, previsível, e decisivo. Para quem viu os primeiros vinte minutos de jogo, não deixou, com legitimidade, de se questionar. Como era possível? Mas era, e foi acentuando-se até aos últimos minutos, num desenrolar sucessivo, de tentativas falhadas – tudo corria mal e nada resultava – de emendas, de novas soluções, por parte do banco da casa. Nada resultou.

Mas sejamos justos: quem conhece a actual realidade do andebol vitoriano a este nível não pode, há que reconhecer, que a árvore não chega ao céu. Sobe, aguenta-se, mas há um limite. Aqui, neste caso e o jogo de ontem também é um reflexo disso, é muito, mesmo muito complicado, fazer melhor quando a maioria dos jogadores não treina, por motivos válidos da sua vida profissional, o dinheiro falta para os mínimos dos mínimos, e só a resistência e a paixão pela modalidade de uns tantos, cada vez menos, permite ainda este milagre de chegar até aqui. Exigir mais? Seria injusto, e nesta análise deste jogo seria do seu autor também falha grave ao deixar de fora estes factores que tanto influenciam, e não é pouco leitores, a qualidade da prestação e da réplica perante um opositor que, para seu bem, não se lhe depara, antes pelo contrário, este gravoso quotidiano.

A própria marcha deste jogo é bem elucidativa: os vinte minutos iniciais onde a disputa equilibrada aconteceu, no modo e no tempo, que ilustram também a actual capacidade da entrega dos que gostam de andebol e do seu clube. Por mais que a paixão exista, há sempre o tempo e sobretudo um resultado máximo, mesmo se de um milagre se tratar. E, ontem, por muitos erros cometidos, o tempo foi de limite do «milagre». Com muito respeito e afecto, sublinhe-se mais uma vez, de quem resiste e não deixa de lutar pelo melhor, o possível.

Destaques: no Fafe, conjunto de bom nível global e reconfirmado aqui no Velge como um muito forte candidato à subida, João Costa, Luís Nunes e Mota foram os melhores; no Vitória, Ricardo Martins e Bruno, porque de querer todos deram provas. Para que conste também.

Arbitragem com alguns erros, sobretudo, e para azar seu, no tempo do «arranque» minhoto e então para manifesto prejuízo dos sadinos.

RESULTADOS-3.ª Jornada: Vitória, 34-AC Fafe, 41; Marítimo do Funchal, 20-AA Avanca, 22; AC Sismaria, 20-Ada Maia, 23.

1.º AC FAFE, 8 pontos; 2.º ADA Maia, 8; 3.º AC Sismaria, 6; 4.º AA Avanca, 6; 5.º Vitória, 5; 6.º Marítimo, 3.

Próxima jornada (2 de Abril): Vitória-AC Sismaria (18.00 horas); AC Fafe-AA Avanca; ADA Maia-Marítimo.

Francisco Casas Novas

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