segunda-feira, 28 de março de 2011

Morreu o médico setubalense Ireneu Cruz

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Além de ser médico desenvolveu uma obra literária de relevo. Setúbal perdeu mais um cidadão ilustre. Ireneu Cruz faleceu aos 74 anos.

O conhecido médico setubalense Ireneu Cruz faleceu anteontem aos 74 anos de idade. O corpo do gastrenterologista que nasceu em 1937 sai hoje pelas 10 horas da Casa do Corpo Santo para um cemitério de Lisboa, onde será cremado.

Ireneu Cruz, que veio de Angola, foi quadro do Hospital de S. Bernardo, desempenhando funções de chefe de serviço na especialidade de gastrenterologia (aparelho digestivo). Exerceu funções no meio hospitalar na África do Sul, em Luanda, em Lisboa e em Setúbal.

O médico Machado Luciano, seu amigo, disse a «O Setubalense» que Ireneu Cruz era “um médico e uma pessoa excelente” considerando que é “uma grande perda para Setúbal”. Elogia ainda o seu “saber e requinte na escrita”.

Ireneu Cruz era considerado um escritor estudioso e meticuloso que tinha um grande fascínio por D. João II e pelas narrativas de sabor histórico, o estudo dos casos clínicos de personalidades da literatura e bibliografia setubalense que se relacionasse com o mar.

Este ilustre setubalense encontrava-se internado no hospital desde Agosto numa situação já débil.

Da sua obra literária ficam títulos como “O Caso Clínico de Eça de Queirós – Considerações de um Gastrenterologista” (2004, que teve prefácio de Campos Matos na segunda edição, em 2006), “Hemingway – O seu último legado” (2005), “Narração da Tormentosa Viagem dos Desterrados nos Mares da Índia” (2006), “O Ano de 1492 – o da Verdadeira Primeira Viagem” (2007) e “A crise dos Bragança – Considerações a propósito do reinado de D. Luís” (2010, em coautoria com José Manuel Moreira e a cujo lançamento, em Outubro já não assistiu por estar hospitalizado). Paralelamente, publicou diversos artigos em revistas.

De referir que Ireneu Cruz, doou à Câmara Municipal de Setúbal um acervo constituído por cerca de 120 peças constituindo a exposição “Instrumentos de Ciência Náutica”, patente ao público na Casa do Corpo Santo e que teve catálogo com texto de sua autoria em 2004.

Florindo Cardoso

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