sábado, 9 de abril de 2011

Comerciantes apresentam abaixo-assinado: Videovigilância e estacionamento de proximidade são grandes reivindicações

foto
Descontentes com a situação actual do comércio tradicional e preocupados com a desertificação do centro histórico, várias dezenas de comerciantes da Baixa de Setúbal manifestaram-se, anteontem, frente aos Paços do Concelho, na praça do Bocage e apresentaram um abaixo-assinado, onde expõem os problemas que os afectam, reivindicando a operacionalidade da videovigilância, estacionamento de proximidade e melhores acessibilidades.

Segurando cartazes com frases como “Comércio Tradicional, o que será de nós?”; “Não à desertificação do centro histórico!”; “Querem enterrar 2500 postos de trabalho?”, entre outras, algumas dezenas de comerciantes da Baixa sadina manifestaram-se, anteontem, de forma silenciosa, frente ao edifício dos Paços do Concelho, na praça do Bocage para mostrar o seu descontentamento face à actual situação precária do comércio tradicional.

A manifestação, organizada pela Associação do Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal (ACSDS), antecedeu a entrega de um abaixo-assinado com cerca de 1500 assinaturas, reivindicando a tomada de medidas por parte da autarquia, no que diz respeito ao estacionamento de proximidade e garantia de segurança através do sistema de videovigilância, para prevenir a desertificação do centro histórico.

No documento, entregue pelo presidente da delegação de Setúbal da ACSDS a Maria das Dores Meira, os signatários afirmam que “o crescimento da cidade de Setúbal não poderá depender exclusivamente das grandes superfícies”, justificando que “no centro histórico existem cerca de 1050 empresas e respectivos funcionários que vêem o seu futuro comprometido caso não sejam implementadas soluções, atempadamente, que evitem o encerramento das mesmas e extinção dos postos de trabalho”.

Os comerciantes podem assim “a tomada de medidas com a urgência que a gravidade da situação justifica”, tendo como prioridade máxima “a resolução imediata do estacionamento de proximidade e da segurança (videovigilância)”, além da melhoria das acessibilidades, “nomeadamente as passagens da avenida Luísa Todi”.

Na sua intervenção, na sessão pública de câmara, frente a todo o executivo, Fernando Piedade, comerciante na Baixa há mais de trinta anos e actual dirigente da delegação de Setúbal da ACSDS manifestou-se “revoltado” com a situação em que se encontra o centro histórico, alegando que “de há uns anos para cá, voltaram-nos as costas e deixaram-nos entregues ao destino – pondo em causa o funcionamento de todas as empresas sedeadas no centro histórico e seus respectivos trabalhadores”.

Lembrando que alertou, na Assembleia Municipal de 23 de Abril de 2010, para “a situação dramática que poderia vir a acontecer caso não fossem tomadas medidas atempadamente”, o responsável caracteriza o cenário como “deplorável e assustador: lojas que encerram e deixam para trás (…) pessoas que não são apenas números, são seres humanos que enfrentam enormes dificuldades num período tão conturbado”.

Relativamente ao Fórum Setúbal, Fernando Piedade revela que “depois de termos lido propostas surrealistas da administração do Fórum, fizemos a nossa contraproposta à direcção do mesmo pedindo a cobertura das ruas do centro histórico”.

Sublinhando que os comerciantes não se opõem à abertura daquela grande superfície, o dirigente demonstra que o que pretendem “é defender intransigentemente o coração da cidade e as suas empresas e trabalhadores para que não venhamos a assistir à sua desertificação”.

Vera Gomes

Sem comentários:

Enviar um comentário