Na cerimónia de homenagem à antiga presidente da Assembleia Municipal de Setúbal, promovida por um grupo de amigos, com o apoio da autarquia sadina, foram lidos e cantados alguns dos principais poemas que marcaram Odete Santos, que, ao longo de mais de duas horas e meia, recitou toda a poesia que se ouviu durante a noite.
O Salão Nobre dos Paços do Concelho de Setúbal encheu e ovacionou de pé a antiga deputada do PCP, advogada, escritora e actriz Odete Santos, na terça-feira à noite, no dia em que completou 70 anos de vida.
“Falar de Odete Santos, ou da Maria Odete, com lhe chamam os amigos, é falar de Setúbal”, salientou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, reforçando que “a Maria Odete é Setúbal e a Odete Santos é o mundo”.
A edil agradeceu ainda, em nome do concelho, a dedicação, o empenho, o profissionalismo e o legado cultural da homenageada. “Obrigada por tudo o que deste. Obrigada por tudo o que continuarás a dar a esta casa” frisou.
Francisco Lobo, antigo presidente da Câmara de Setúbal, recordou que trabalhou com Odete Santos na comissão administrativa da autarquia constituída em 1974 após o 25 de Abril, cabendo à homenageada o pelouro da Cultura.
O antigo autarca frisou que Odete Santos é “uma mulher que ultrapassa as fronteiras de Setúbal. É uma mulher do país”, alguém que sempre defendeu os ideais “de forma enérgica e contundente na Assembleia da República”, não sendo um acaso que “foi com muita emoção que os deputados se despediram dela”.
A homenagem, que contou com a presença de familiares, amigos, artistas, populares e representantes de diferentes quadrantes políticos e de instituições oficiais, contou com a participação activa da própria Odete Santos, que, além de recitar, recolheu e preparou uma apresentação em computador com uma colectânea de vários poemas.
Jorge de Sena, Miguel Torga, Reinaldo Ferreira, José Gomes Ferreira, Álvaro Feijó, António Gedeão, Ary dos Santos e até Herman José, com o poema “A Censura”, foram alguns dos autores evocados durante o serão.
Lena Guerra, Albano Almeida, Helena Mendes e Paulo Sequeira deram, em paralelo, contornos musicais a outros poemas escolhidos por Odete Santos, entre os quais não faltaram clássicos como “A morte saiu à rua” e “Pedra Filosofal”.
Odete Santos, natural de Pega, concelho de Guarda, além de vários cargos autárquicos, foi deputada da Assembleia da República pelo PCP e membro do Movimento Democrático de Mulheres. O Presidente da República agraciou-a com a Medalha de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Fonte: O Setubalense
Fonte: O Setubalense
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