Setúbal foi a cidade escolhida para testar o novo protótipo de dispositivo capacitado para detectar antecipadamente a ocorrência de tsunamis. Esta tecnologia inovadora, que visa alertar as populações do litoral contra este tipo de fenómeno natural, está instalada no Parque Urbano de Albarquel, desde 21 de Abril.
O projecto-piloto está a ser desenvolvido pelo Centro Comum de Investigação da Comunidade Europeia (J.R.C.), em colaboração com a Câmara Municipal de Setúbal (CMS), a Protecção Civil, a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) e a empresa Hidromod. As grandes características do aparelho, único em todo o globo, assentam na capacidade de alertar directamente as populações, de modo a que estas se possam proteger da catástrofe que se avizinha.
Alessandro Annunziato, membro da J.R.C., explica que actualmente o dispositivo consiste mais propriamente num “objecto de investigação do que um mecanismo verdadeiramente eficaz”, na medida em que “se encontra ainda em fase de testes”. O aparelho encontra-se ligado ao Instituto de Meteorologia (IM) e a sistemas locais presentes no mar, que medem o nível da água com regularidade. Ambos conseguem determinar as alterações do nível das águas e enviar imediatamente um alerta para o sistema do aparelho, que possui um novo software capaz de calcular a altura de onda estimada e o tempo de viagem até à costa, baseando-se na análise de parâmetros sísmicos. Uma vez recebidas essas informações, o painel provido de um monitor com informações dinâmicas que podem ser alteradas remotamente, uma sirene de alerta e um altifalante alertam imediatamente a população.
Setúbal surge como escolha para a instalação deste projecto devido “às suas condições naturais excelentes” e também por possuir “uma propensão para tsunamis”, refere o investigador, sobretudo na zona em que ocorreu o gigante terramoto de 1755, que ao aguçar as forças marítimas, destruiu grande parte das zonas litorais de Lisboa e Setúbal.
Este projecto é “uma prova de investimento que assegura a contínua protecção das populações”, frisa Carlos Rabaçal, vereador da Protecção Civil da Câmara Municipal, sublinhado que “constitui uma mais-valia para a cidade”, na medida em que “prospera as condições de protecção e segurança das populações”.
O sistema defensivo que entrou em vigor ontem é “a melhor resposta a um conjunto de críticas recentemente feitas aos meios de socorro e salvamento, comprovando o excelente trabalho desenvolvido nesta área”, considera o vereador. Todavia, agora é necessário investir também na formação e divulgação de procedimentos junto da população, para que haja um conhecimento sobre como “actuar em caso de tsunami”.
Após o espaço de um ano, período estipulado para a realização de testes em Setúbal, o sistema deverá expandir-se a outros países europeus com o intuito de prevenir e alertas as populações ribeirinhas. O coordenador do Serviço Municipal de Protecção Civil, José Luís Bucho, adianta que “uma vez concluídos os testes, o equipamento deverá ser implementado noutros locais, nomeadamente na bacia mediterrânica e no Atlântico Norte”.
Fonte: O Setubalense
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