quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Coveiros agendaram greves às cerimónias fúnebres

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Os coveiros dos cemitérios da cidade agendaram três períodos de greve, este mês e no seguinte, caso a câmara não responda positivamente às suas reivindicações quanto às escalas de serviço. Aqueles funcionários municipais lembram que o sindicato e o Ministério do Trabalho lhes deram razão quanto à sua luta laboral. Por seu turno, o município diz não estarem “esgotadas” as negociações.

Uma hora de greve já no próximo dia 22, que aumentará para três horas e meia a 6 e 7 do próximo mês. E a forma de luta dos coveiros dos cemitérios da cidade de Setúbal poderá não ficar por aqui, caso a Câmara “não responda favoravelmente à reivindicação de alterar as escalas de serviço”.

Na base deste “braço de ferro” está a decisão do município ter alterado, no início deste ano, as escalas de serviço dos coveiros dos cemitérios N.ª S.ª da Piedade e da Paz. Os funcionários exigem a reposição dos fins-de-semana como dias de trabalho extraordinário, reivindicação sobre a qual garantem ter a anuência do sindicato do sector (STAL) e do Ministério do Trabalho.

Reunidos em plenário na passada sexta-feira, frente ao portão principal do cemitério da Paz, em Algeruz, as quase duas dezenas de coveiros da cidade, em sintonia com a respectiva estrutura sindical, resolveram agendar três períodos de greve contra o consideram de “ilegalidade” face às escalas de serviço, de responsabilidade municipal.

“No passado mês de Agosto, houve funcionários (coveiros) que trabalharam 21 dias consecutivos sem um único dia de folga,” denunciou a «O Setubalense» Patrícia Teixeira, elemento do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).

Segundo a sindicalista que tem acompanhado de perto este processo reivindicativa dos coveiros, “caso a câmara não aceite ao menos dialogar connosco, até ao próximo dia 16, sobre as propostas resultantes deste plenário de trabalhadores e que já seguiram em ofício, avançarão os períodos de greve”, recordando uma hora de paragem (das 9 às 10) do dia 22 e a 6 e 7 de Outubro, três horas e meia (das 9 ao meio dia e meia).

“Esta escala definida pela câmara desde o início do ano é ilegal”, afiança a sindicalista. “A lei diz que a escala de serviço tem de ser afixada com 7 dias de antecipação e tal tem sucessivamente acontecido nas vésperas e sem a exigida assinatura do responsável.”

Mas o pior – avança a sindicalista do STAL – “é a câmara não querer de todo pagar horas extraordinárias, e arranjou uma forma de meter os funcionários a trabalhar aos sábados e domingos, como se dias normais se tratassem.”

CÂMARA Contactada por «O Setubalense» a vereadora responsável pelo departamento dos Recursos Humanos, confessou ainda desconhecer oficialmente tal decisão de recurso à greve parcial mas, informada pelo nosso jornal sobre tal, sempre revelou a sua “estranheza”, na medida em que, acrescentou, “com excepção deste período de férias, a câmara tem reunido mensalmente com os diversos departamentos e respectivas estruturas representativas, e não era expectável tal situação, extrema do nosso ponto de vista.”

Ainda no entender da vereadora Carla Guerreiro, a estrutura sindical “não encetou nenhum contacto junto da autarquia no sentido de tentar resolver a questão em apreço, por isso não se esgotaram as negociações”, defendendo, contudo, que a questão da nova escala de serviço dos coveiros “é a que mais se adequa a um serviço ininterrupto, como este dos cemitérios.”

Fonte: O Setubalense

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