domingo, 13 de novembro de 2011

Mar levou areia e deixou pedras no Portinho da Arrábida

A reposição de areia na praia do Portinho é uma prioridade da direcção do Clube da Arrábida, entidade que não se conforma com o amontoado de pedras naquela que é considerada uma das praias mais bonitas do país.

"O que se passa aqui na praia do Portinho é um problema de desassoreamento, em que a areia tem diminuído brutalmente. É uma praia que está considerada como uma das sete maravilhas nacionais, mas que, hoje em dia, é só pedras", disse à Lusa o diretor do clube, João Cerqueira. "Queremos perceber as causas deste fenómeno, as soluções que existem e a quem compete implementar essas soluções", acrescentou, durante uma visita à praia do Portinho da Arrábida. Segundo João Cerqueira, parte da areia da praia levada pelo mar tem sido depositada a poucos metros da linha de costa, designadamente nas imediações de um afloramento rochoso conhecido por 'Pedra da Anicha', onde havia uma profundidade de cinco metros, mas que atualmente é de, apenas, cerca de dois metros.

Para tentar perceber as razões do desassoreamento progressivo da praia do Portinho ao longo dos últimos cinco ou seis anos, o Clube da Arrábida decidiu organizar um colóquio - "Desassoreamento da Arrábida - causas e soluções" -, com a colaboração do Parque Natural da Arrábida e da Câmara de Setúbal. Na iniciativa, que terá lugar a partir das 09:15 da próxima quarta-feira, na Casa da Baía, em Setúbal, participam especialistas da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, do Laboratório Nacional de Engenharia Civil e do Laboratório Nacional de Energia e Geologia.

Estão previstas intervenções sobre o "valor biológico do Portinho da Arrábida", o "enquadramento geológico e sedimentos das praias da Arrábida", bem como a apresentação de estudos sobre a erosão e proteção costeira e sobre a movimentação de areias no portinho da Arrábida. "Esperamos que este colóquio, para além de nos permitir identificar as razões do desassoreamento da praia, nos permita também perceber como travar e inverter este processo", disse João Cerqueira, adiantando que há dois tipos de soluções conhecidas.

"Uma delas passa pela construção de pontões em determinados sítios, que criem correntes marítimas que tragam a areia de volta daqui a muitas dezenas de anos. Outra solução, mais rápida, seria pura e simplesmente repor a areia, com uma draga aqui em frente", acrescentou João Cerqueira, reconhecendo, no entanto, que qualquer destas soluções tem custos elevados.

Fonte: DN.PT

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