
Não se vislumbra qualquer “luz ao fundo do túnel” para o final da greve nacional dos estivadores. Com um período de greve em curso, até depois de amanhã, o Sindicato do sector já avançou com mais dois pré-aviso de greve, que se prolongarão quase até ao final do corrente mês. Na base da reivindicação estão as contestadas alterações ao regime jurídico do trabalho portuário.
Pré-avisos de greves atrás uns dos outros. Apesar de mais uma greve em curso (termina depois de amanhã), os estivadores de Setúbal já apresentaram mais dois pré-avisos de greve, com a greve geral pelo meio (dia 14).
De acordo com informação do Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e do Sul, a data dos novos pré-avisos de greve são as seguintes: De 7 a 9 de Novembro, das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas; De dia 10 a 14, a greve alarga-se às 24 horas, incluindo a adesão à greve geral agendada para dia 14, quarta-feira.
Entre o dia 15 e 21 de Novembro, o período da greve está balizado entre as 17 e as 20 horas e as 21 e a 1 hora.
Hoje, como há quase três meses, os estivadores de Setúbal, à semelhança do que acontece na esmagadora maioria dos portos nacionais, continuam em greve faseada, provocando um crescente depósito de cargas em cima dos cais e um já incalculável prejuízo para as empresas importadoras/exportadoras que transaccionam essas mercadorias.
Os períodos de greve, levados a cabo desde meados de Agosto, estão directamente relacionados com as alterações ao regime jurídico, em virtude da recusa da Secretaria dos Transportes em estabelecer o diálogo com que se comprometeu com as organizações sindicais portuárias, as quais representam mais de 80 por cento do actual contingente efectivo dos portos nacionais, no sentido da obtenção de consensos na concepção e reformulação das alterações pré-enunciadas sobre o actual regime jurídico do trabalho portuário.
“Continuamos sem qualquer tipo de discussão formal com as associações sindicais”, acusa a Confederação dos Sindicatos Marítimos e Portuários, que desconfia que o governo pretenderá fazer “uma liberalização encapotada” do sector portuário.
No passado dia 31, cerca de duas centenas de estivadores dos portos de Setúbal, Sines, Lisboa, Aveiro, Figueira da Foz, Leixões e Viana do Castelo concentraram-se em frente do Parlamento, no dia da discussão na generalidade do Orçamento de Estado, manifestando o seu profundo desagrado pela situação que os conduziu a este prolongado período de greve.
Há pouco mais de duas semanas, a delegação sadina do Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul, lançou um manifesto à população de Setúbal explicando os motivos desta greve, faseada, no sector portuário, que se verifica desde meados de Agosto, e ainda sem fim à vista.
Esta delegação da estrutura sindical representa cerca de seis dezenas de trabalhadores efectivos da estiva, sendo que no sector portuário setubalense trabalham, a título precário, logo sem qualquer ligação sindical, quase duzentas pessoas.
A aprovação em Conselho de Ministros, por parte do Governo, de uma nova lei para o sector portuário, foi o início de tudo. “Ao permitir tal situação, seria pactuar com o despedimento de mais de metade dos actuais profissionais portuários, já em número extremamente reduzido, e com a consequente substituição por mão-de-obra precária, já há largos anos utilizada neste porto,” elucidou ao nosso jornal Carlos Silva, responsável administrativo do Sindicato dos Estivadores de Setúbal.
Fonte: O Setubalense
Fonte: O Setubalense
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