Os trabalhadores dos cemitérios de Setúbal dizem-se “revoltados” com os novos horários definidos pela câmara municipal. No centro das queixas, está o trabalho realizado aos fins-de-semana como “dias normais.” A autarquia responde com a actualização dos horários de trabalho ao abrigo da lei, em vigor desde o início do ano.
“Este departamento (dos cemitérios) é o único com este horário e com os funcionários a trabalharem sábados e domingos como dias normais”, lê-se num comunicado posto a circular pelos coveiros setubalenses.
Face a esta posição, a Câmara Municipal de Setúbal justificou a «O Setubalense» a recente actualização dos horários, os quais entraram em vigor no início do corrente ano, não só no sector dos cemitérios, como nos mercados municipais e na Companhia de Bombeiros Sapadores.
“Na altura, a câmara reuniu com as estruturas sindicais e com as comissões de trabalhadores dos referidos departamentos e, ao abrigo da lei, decidiu implementar o novo sistema de horários por uma questão de equidade e justiça,” explicou ao nosso jornal a vereadora responsável pelo departamento de Recursos Humanos.
Carla Guerreiro lembra que os departamentos que sofreram tais alterações, são de “permanente serviço público”, abertos todos os dias da semana, com excepto para os mercados, que encerra às segundas-feiras. “No caso dos cemitérios, ficou definido um sistema de rotatividade dos funcionários, sendo que todos eles mantêm os dois dias semanais de descanso e, pelo menos, um fim-de-semana de folga por mês”, sublinhando a vereadora que, em casos fora do normal (baixa médica e férias, por exemplo), alguns funcionários poderão ser solicitados a fazer horas extraordinárias.
A escala de serviço foi, segundo adianta o comunicado divulgado pelos queixosos, enviado para o Ministério competente para avaliação, sendo que a resposta foi, segundo a mesma fonte, “de não aplicação com a lei em vigor.” E apresentam um caso exemplificativo: “o mês de Julho teve 21 dias úteis e vários coveiros trabalharam 23 e 24 dias sem serem compensados com horas extras.”
“Qual o motivo de desprezo para com este departamento?”, perguntam os funcionários municipais de serviços nos dois cemitérios da cidade (N.ª S.ª da Piedade e da Paz, em Algeruz), lembrando mesmo que a profissão de coveiro é, na União Europeia, “bem respeitada, pois são os coveiros que estão a receber com a dor das pessoas.”
Os visados referem ainda que “os coveiros em Setúbal fazem serviço de limpeza, de jardineiro e de pedreiro e, se não fizerem, são castigados com processo disciplinar.” E até chegam a perguntar: “coveiro/multi-funções ou coveiro explorado pela câmara?”
A esta situação a vereadora dos Recursos Humanos lembrou que, nessa matéria, “não houve alterações face ao que sempre foi prática”, ou seja, que os coveiros “têm de zelar pela boa apresentação dos cemitérios”, justificando que para tal seja uma constante naqueles espaços tão sensíveis, “é necessário que haja manutenção e limpeza, hoje como ontem”, frisou a autarca, para quem “esta nova escala de serviço assegura de forma mais eficaz o funcionamento dos cemitérios.”
Fonte: O Setubalense
Fonte: O Setubalense
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