Uma marcha lenta de protesto teve lugar na Quinta-Feira, entre Poceirão e Palmela, com cerca de 60 agricultores que exigem que o governo crie uma medida compensatória de excepção para ressarcir os produtores de uva da região dos prejuízos que tiveram esta época, sendo que, nalguns casos, a perda foi total.
Cerca de 60 agricultores participaram, ontem de manhã, numa marcha de protesto, entre Poceirão e Palmela, com os seus tractores, camionetas e tinas vazias para mostrar que “não têm vindimas para fazer”, revela Joaquim Caçoete, presidente da Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal.
O protesto teve como objectivo pedir apoio à autarquia para interceder perante as entidades competentes, como o Ministério da Agricultura e o Parlamento Europeu, para criar medidas de apoio urgentes, de forma a repor a capacidade produtiva perdida.
Em causa estão prejuízos nas vinhas, devido a uma quebra de produção na ordem dos 80 por cento, fruto de diversos problemas que têm fustigado, nas últimas épocas, as vinhas da região, desde a queima da uva, em 2010, “por causa do sol que veio muito cedo e que causou uma quebra de cerca de 60 por cento”; até às pragas e doenças que fustigaram as explorações este ano, com maior incidência do míldio. Esta “calamidade”, segundo Joaquim Caçoete, causou, esta época, perdas de cem por cento nalgumas explorações.
A presidente da Câmara Municipal de Palmela, que recebeu, ontem, os agricultores, “mostrou-se disponível para interceder junto das entidades competentes, para concederem apoios compensatórios aos produtores” revela o responsável, que explica a urgência destas ajudas. “A época de 2011 está comprometida e é preciso verbas para retomar a actividade e preparar a próxima época, que começa já em Outubro, com as podas”, refere, concluindo que, se o apoio surgir, será possível “daqui a um ano, ter uma época em pleno”.
Quanto às declarações feitas pela ministra da Agricultura, que considerava ser necessário um relatório sobre os prejuízos, para avaliar a situação, o responsável revela que a recente avaliação feita pela Direcção Regional Agricultura e Pescas Lisboa e Vale do Tejo às explorações do concelho de Palmela “pode servir de base para a ministra equacionar as medidas a implementar”.
Recorde-se que Assunção Cristas disse que “há um apoio que está em aberto para os agricultores, uma linha de crédito de 50 milhões de euros, da qual apenas 6,5 milhões de euros foram gastos, e há uma parte que pode ser coberta pelos seguros, pelo regime do SIPAC, no que tem a ver com as chuvas torrenciais” adiantando que “a questão do míldio é mais difícil, porque não é coberta pelo SIPAC (Sistema Integrado Contra Aleatoridades Climáticas), mas vamos ver o que pode ser feito. É preciso esperar pela avaliação final”.
Por seu lado, o dirigente associativo alega que a linha de crédito disponível, com mais de 40 milhões de euros, não é atractiva para os agricultores, dados os custos de processo e os juros. Assim, Joaquim Caçoete considera que é necessário criar outra medida de excepção, “a fundo perdido ou sem juros”.
Fonte: O Setubalense
Fonte: O Setubalense
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