Autoeuropa não confirma produção de 130 mil veículos em 2011

A Autoeuropa não confirma oficialmente a previsão de produzir em 2011 cerca de 130 mil veículos, tal como anunciado publicamente por António Chora, coordenador da comissão de trabalhadores. Carmo Jardim, porta-voz da empresa, afirma apenas, em declarações ao “Setúbal na Rede”, que a unidade fabril da Volkswagen de Palmela “espera passar o volume de produção de 2010”, de mais de 101 mil viaturas, sublinhando que a não confirmação dos números se justifica “pelo facto de ser uma norma do grupo” e por ainda se estar “muito no começo de 2011”.

“A empresa confirma apenas os acordos negociados com a comissão de trabalhadores e, por esta, anunciados aos seus colaboradores”, acrescenta. António Chora havia dito publicamente que a empresa já tinha encomendas em 2011 para elevar a produção para 130 mil automóveis, um número que só seria atingido se parte dessas encomendas fosse entregue durante o mês de Agosto. Tal implicou, segundo explica o coordenador, uma “reprogramação dos períodos de férias e a anulação de todos os dias de não produção previstos”.

António Chora considera que, numa altura em que “se fala de crise por todos os lados”, este cenário “é importante para os trabalhadores, porque mantém postos de trabalho, dando mais estabilidade a outros”. “A administração da empresa também anunciou que vai dar contratos de seis meses a cerca de 300 trabalhadores temporários”, enfatiza o coordenador da comissão de trabalhadores, que abre ainda a possibilidade de estes, caso o nível de produção continue sem ser beliscado em 2012, passarem a ter, mais no futuro, outro tipo de vínculo laboral com a fábrica.

Para compensar este aumento de produção, a Autoeuropa, segundo António Chora, comprometeu-se a pagar metade do saldo positivo dos dias de não produção no mês de Setembro e a atribuir um prémio de 250 euros a todos os trabalhadores com mais de oito meses de trabalho efectivo. “Não são benefícios novos para os trabalhadores”, acrescenta o coordenador da comissão de trabalhadores, recordando que, em 1995, também as mais-valias do aumento da produção haviam sido partilhadas com os colaboradores.