sexta-feira, 29 de julho de 2011

Restaurante social da Igreja da Conceição mata a fome a setenta famílias

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A servir refeições aos mais carenciados desde 29 de Junho, o “restaurante social” da Igreja de Nª Srª da Conceição, alimenta diariamente cerca de 70 famílias, número que reflecte a grande procura que este serviço social tem registado. As refeições podem ir de custo zero a 1 euro. Infelizmente, nem todas as famílias têm conseguido pagar este valor irrisório.

Desde a sua abertura, em finais de Junho, o refeitório social da Igreja da Conceição, sito na av. Bento de Jesus Caraça, tem tido muita procura, o que demonstra a carência alimentar existente em Setúbal.

“Distribuímos refeições entre 60 a 70 famílias” adianta o padre Zeferino Sakapepa – em substituição do padre Constantino Alves que se encontra de férias – sendo que, “cada família paga aquilo que a assistente social estipula, consoante os seus rendimentos e despesas”.

De acordo com o religioso, as refeições são confeccionadas no centro de dia da Cáritas, por uma empresa que fornece refeições para hospitais, escolas, etc. “Damos uma senha às pessoas para irem à Cáritas para serem acompanhadas a nível social. Levam os seus documentos e as despesas mensais que têm – se ganharem menos e pagarem mais, podem não pagar nada por uma refeição, ou pagar uma taxa simbólica”, indica.

Se há pessoas que não pagam nada, porque as suas despesas são superiores aos rendimentos, também há outras que pagam 30 ou 50 cêntimos e algumas, por vezes, “não conseguem pagar esse valor”, admite o pároco. Embora algumas não consigam mesmo pagar, outras não pagam porque “não têm o hábito da responsabilização”, explica o padre Zeferino, argumentando que “se alguns pagam 50 cêntimos por um café, também podem pagar por uma refeição completa”.

Ainda assim, a paróquia não deixa de servir essas refeições às famílias. O padre, de nacionalidade angolana, explica que “as refeições são encomendadas, sendo que a cobrança dessas refeições é feita mediante as encomendas, não sendo relevante se estas são consumidas ou não”.

Esta é uma situação que deixa a igreja com um problema porque tem que assumir essas despesas e “os donativos são muito poucos”. Apesar de haver “pessoas singulares que dão algum dinheiro, o que temos não é nem 5 por cento do que precisamos para a cozinha, para as obras…para tudo!”, lamenta o responsável.

Apesar disso, conseguem sempre dar resposta às pessoas que procuram alimentar-se no refeitório. “Mesmo que já tenham sido servidas as refeições, arranjamos sempre um pequeno cabaz com alguns alimentos, só para as pessoas não voltarem de mãos a abanar”, manifesta.

Não se sabe ao certo quantas refeições são servidas, diariamente, dado que só são contabilizadas as famílias, sendo que, cada família pode levar várias refeições, consoante o seu agregado. Sabe-se que a maioria da população que recorre a esta ajuda, desempregados/as entre os 35 e os 50 anos de idade, vêm dos bairros envolventes – Bela Vista, Tetra, 2 de Abril - mas também das paróquias vizinhas, como a Camarinha ou o Monte Belo. No entanto, “ainda há muitas pessoas com vergonha que preferem comer em casa”, expressa o pároco.

Além da procura de refeições por parte da população, a paróquia recebe também pedidos de ajuda de outra ordem. “Ainda no outro dia apareceu aqui uma família que já não cozinhava há cinco dias porque não tinha gás em casa, tomava banho de água fria e as crianças, em idade escolar, deixaram de ir às aulas por vergonha”, revela o padre, acrescentando que há também outros casos de carência, como pessoas que pedem dinheiro para comprar medicamentos.

Fonte: O Setubalense

1 comentário:

  1. ola ,tbm sou de setubal moro no monte belo e gostaria ke me trussessem comida a casa se possivel nao tenho rendimentos alguns so meu esposo mas nao xega pra tudo e tenho tres filhos por favor ajudem me,obrigado.939624292

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