domingo, 24 de março de 2013

Câmara já investiu meio milhão em obras na Bela Vista

Para Nuno Costa, presidente da Junta de Freguesia da Bela Vista, «muito mudou» desde 2009 – quando o bairro foi palco de violentos confrontos após a morte de outro morador (Antonino, baleado pela GNR no Algarve).

Na Bela Vista, onde o desemprego atinge 28,7% da população activa (número que atinge os 39,2% entre os jovens adultos) e onde o rendimento médio mensal das famílias não vai além dos 520 euros líquidos (394 inquilinos devem meio milhão de euros em rendas e prestações), «os moradores estão a fazer muito trabalho para se libertarem de um estigma», diz o autarca.

A mudança já se vê nas paredes e nos pátios do bairro. Com o apoio da Câmara, que tem cedido tintas e outros materiais, os moradores começaram a pintar os seus prédios. «O bairro azul está de cara lavada, não há um graffiti», conta Nuno Costa.

É a primeira vez que a Bela Vista, construída há mais de 30 anos, tem uma intervenção de fundo. Na reabilitação das partes comuns dos blocos e em 540 obras de reparação no interior de casas, a autarquia já investiu mais de meio milhão de euros.

Mas os efeitos do projecto ‘Nosso Bairro, Nossa Cidade’, lançado há dois anos, vão além disso. «O que se pretende é reabilitar as pessoas. Dar-lhes competências. Os jovens organizam torneios de futebol, fazem-se workshops de dança, faz-se alfabetização», descreve o presidente da Junta, que apoia o projecto.

De fora do plano de requalificação ficou a velhinha esquadra da PSP, situada num prédio da artéria central do bairro, perigosamente ladeada por um túnel onde quem quiser pode circular sem ser visto pelos agentes. Até hoje, a IGAI nunca fez nenhuma inspecção ao posto, de onde desapareceram, em 2008, duas pistolas-metralhadoras Pietro Beretta, de calibre 9 mm, e vários carregadores de munições.

Fonte: Jornal Sol

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