sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Primeira eólica flutuante do país construída na Lisnave


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Durante cerca de três meses, foi montada, numa das docas secas da Lisnave, em Setúbal, a primeira eólica flutuante a nível nacional. Este protótipo, lançado pela EDP Inovação, foi rebocado, ontem, dos estaleiros navais para ser testado em alto-mar, ao largo da Póvoa de Varzim, onde vai permanecer até meados de 2012. O objectivo final é a criação de um parque eólico ‘offshore’ em águas profundas.

Foi rebocada ontem, para o alto mar, a primeira turbina eólica flutuante de Portugal, montada na Lisnave, em Setúbal, para a EDP.

Coube à metalomecânica A. Silva Matos, instalada em Sever do Vouga, o fabrico das várias componentes do protótipo, denominado de Windfloat, que seguiram, em Junho, para a doca seca da Lisnave, em Setúbal, onde se procedeu à montagem final das peças que compõem a estrutura.

O projecto está a ser desenvolvido pela EDP Inovação, mas o conceito foi desenvolvido pela empresa canadiana Principle Power. O fundo de capital de risco do Estado português, InovCapital, cuja maioria do capital é controlado pela EDP (41,6%), e a dinamarquesa Vestas, que fornece a torre eólica, são também parceiros deste projecto inovador.

O Windfloat já foi rebocado, ontem, por via marítima, da doca da Lisnave até a Aguçadoura, na Póvoa de Varzim. É naquele local, a cinco quilómetros da costa, que o protótipo será ancorado, a uma profundidade superior a 50 metros, onde vai permanecer, em fase experimental, até meados de 2012. Findo esse prazo, a EDP pretende montar o primeiro parque eólico offshore do mundo em água profundas.

Com uma estrutura metálica de 121 metros, o Windfloat terá dois megawatts de potência instalada, num investimento total de cerca de 20 milhões de euros. Uma das vantagens de estar localizada em alto-mar é o facto do vento soprar o dobro do que sopra em terra, acabando por produzir mais energia com menor impacto visual.

A construção de eólicas flutuantes e parques em alto mar, para além de interferir directamente com os sectores da construção naval (portos) e da indústria metalomecânica, de forma mais acentuada, vai também revitalizar a indústria de cablagens, o transporte marítimo, a engenharia e empresas fornecedoras de serviços e bens ligados à electricidade, como a Efacec, a Siemens ou a ABB. De acordo com a EDP, o projecto poderá permitir a criação de cerca de oito mil postos de trabalho, em Portugal.

Este projecto representa também um passo significativo na possível utilização do vasto potencial eólico da costa de Portugal para cumprir as metas traçadas no sector das energias renováveis. Como é do conhecimento geral, a Comissão Europeia instituiu o objectivo dos 20 20 20. Ou seja, que em 2020, vinte por cento da energia produzida seja de origem renovável e que as emissões de dióxido de carbono sejam reduzidas em 20 por cento.

De referir que este projecto é pioneiro em Portugal, no entanto, já há outros países a apostar nestas turbinas eólicas flutuantes, sendo que a primeira do mundo foi inaugurada na Noruega em 2009.

Fonte: O Setubalense

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